Manuel José apelidou de «circo» e «big brother» o ambiente criado em torno da seleção nacional e diz que o fenómeno é da responsabilidade de Paulo Bento.

«Isto parece um circo à volta da seleção. Fiquei com a ideia no jogo com a Turquia que estavam a transmitr imagens de jogadores a serem massajados. Isto não pode acontecer de forma nenhuma. Parece o 'Big Brother'. Não acho que estejam criadas as condições para obter sucesso», começou por dizer o técnico português em entrevista à TSF.

«Além disso, fizeram dois jogos que lhes retiraram toda a confiança que tinham. Repare-se que o Cristiano Ronaldo foi condicionado marcar o penálti e falhou. A Seleção precisa de tranquilidade, de estar alheada deste circo. Naturalmente, os jogos são a sequência própria e lógica deste mediatismo todo.»

O treinador diz que não acredita que a seleção seja bem sucedida na Polónia e na Ucrânia.

«Portugal vai jogar num grupo extremamente difícil. O Beto disse ontem que precisavam de uma vitória com urgência, mas nada fizeram para concentrar os jogadores de forma a preparar um jogo crucial [frente à Alemanha]. Na maior parte das vezes, o primeiro jogo determina o futuro. Este circo todo não revela profissionalismo. A Seleção passa a vida em festas e mais festas e charretes. Não estou nem pouco mais ou menos otimista», acrescentou Manuel José, que encontra um responsável para este ambiente.

«Tenho o maior respeito e simpatia pelo Paulo Bento, mas acho que, talvez devido à juventude, se está a deixar levar. Nunca deveria ter permitido isto. Os jogadores têm de estar conscientes e concentrados no seu dever e no que sabem fazer, que é jogar futebol. Com este circo todo é evidente que eles não se concentram, mas mesmo sem isto, Portugal não é favorito. Não temos a equipa do passado», terminou.