A Ucrânia classificou esta segunda-feira a ameaça de boicote político do Euro2012 de futebol, por parte de alguns países, nomeadamente a Alemanha, como «manipulação artificial».

«O desporto é o desporto, a política é a política, e tudo isto é manipulação artificial», disse Oleg Volochine, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país que vai organizar o Euro2012, em conjunto com a Polónia.

Em declarações à agência de notícias francesa AFP, acrescentou que a Ucrânia não enviou convites para o Euro2012 e que um boicote o acontecimento seria um atentado ao campeonato e não à Ucrânia.

«O Euro2012 é um acontecimento desportivo e os políticos europeus que não comparecerem não boicotarão o poder ucraniano, mas o campeonato», acrescentou.

Vários países da União Europeia, nomeadamente a Alemanha, exprimiram nos últimos dias inquietação sobre a situação da política ucraniana Iulia Timochenko, antiga Primeira-ministra do país, na prisão desde agosto de 2011 e em greve da fome há dez dias, para protestar contra a violência de que diz ter sido alvo, na prisão.

Atendendo à situação política na Ucrânia, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, fez hoje saber, através da sua porta-voz Pia Ahrenkilde, que «não tem intenção» de ir à Ucrânia para os jogos do Euro2012.

Segundo a imprensa alemã, a chanceler Angela Merkel e os ministros do seu governo poderão também não ir à Ucrânia, caso Iulia Timochenko não seja libertada até ao Euro2012, que se disputa de 08 de junho a 01 de julho.