O presidente da UEFA, Michel Platini, alertou esta quarta-feira que qualquer jogador acusado de viciação de resultados será irradiado do futebol, numa altura em que existem suspeitas de apostas ilegais em Itália.

«Eles não vão jogar futebol novamente», disse o antigo “capitão” da seleção francesa de futebol em conferência de imprensa, em Varsóvia, onde a Polónia, coanfitriã do Euro2012, irá receber a Grécia no jogo de abertura do torneio, sexta-feira.

A Itália foi abalada por um caso de apostas ilegais, que levou à detenção de vários jogadores, entre os quais o defesa Domenico Criscito, que integrava o estágio da seleção italiana nos arredores de Florença.

Platini, cujo antigo clube italiano Juventus foi relegado à II divisão depois de um escândalo de corrupção em 2006, foi inequívoco quanto à penalização das partes culpadas, descrevendo como “chocante” a possibilidade dos jogadores de futebol perderem de propósito.

O presidente da UEFA reconheceu a existência de algumas dificuldades de organização, mas elogiou a forma como a Polónia e a Ucrânia estão a enfrentá-las.

Quanto aos casos de racismo, que levaram a advertências de alguns governos como Inglaterra, que chegou a aconselhar à família de dois jogadores ingleses de raça negra a não se deslocarem à Polónia e Ucrânia, Platini desvalorizou a questão afirmando que não se trata de um problema confinado ao futebol.

«Pelo mundo fora e na Europa em particular, pode ver-se que nos últimos anos tem havido cada vez mais nacionalismo (...). É fácil apontar o dedo à Ucrânia e à Polónia para o racismo, mas todos os países enfrentam o mesmo problema», disse.

O avançado italiano Mário Balotelli ameaçou, recentemente, abandonar o campo caso fosse insultado racialmente pelos adeptos.

Platini declinou responder se a UEFA irá apoiar tal resposta, deixando a questão para o árbitro da partida em questão, que tem o poder de suspender temporariamente o jogo.

O responsável escusou-se ainda a responder se apoia o boicote de alguns líderes europeus aos jogos que vão ter lugar na Ucrânia, devido à prisão da antiga líder da oposição e antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko.

«Eles é que sabem. A UEFA não é uma organização política. Nós organizamos competições e o desenvolvimento do futebol no mundo», frisou.