A menos de um mês do início do Campeonato da Europa de futebol, cujos jogos na Ucrânia (que organiza o evento com a Polónia) a Europa prepara-se para boicotar a nível político, os ministros dos Negócios Estrangeiros que vão discutir os próximos passos quanto ao acordo de associação UE-Ucrânia, “ameaçado” pelas divergências entre as capitais europeias e Kiev.
Em causa estão as repetidas condenações, por parte da UE, do funcionamento da democracia e da justiça na Ucrânia, designadamente a situação da ex-primeira-ministra ucranicana Iulia Timochenko, condenada a sete anos de prisão (num processo que levanta muitas dúvidas ao ocidente) e alegadamente vítima de maus tratos.
A situação de Timochenko, que chegou mesmo a entrar em greve de fome em finais de abril, levou muitos líderes políticos e todo o colégio da “Comissão Barroso” a decidir boicotar os jogos do Europeu de futebol que terão lugar na Ucrânia.
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros deverão avaliar o que fazer com o acordo de associação com a Ucrânia, à luz desta situação.
Quanto à Síria, os 27 deverão insistir no agravamento das sanções contra o regime de Damasco, através da ampliação da já extensa lista de pessoas proibidas de viajar para a Europa e alvo de congelamento de bens em território comunitário, por apoiarem a repressão das autoridades sírias.
Por fim, e em vésperas da cimeira da NATO agendada para 20 e 21 de maio em Chicago (Illinois, EUA), os chefes de diplomacia europeus deverão discutir também a assistência que a União Europeia prestará no Afeganistão a partir de 2014, depois da retirada das tropas da Aliança Atlântica e transferência da segurança para as forças afegãs.
Segundo fontes diplomáticas, não deve ser tomada nenhuma decisão específica, até porque tudo depende do orçamento plurianual da UE para o período 2014-2020, que só agora começa a ser negociado ao nível europeu.
Portugal estará representado na reunião de segunda-feira em Bruxelas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.