O antigo futebolista português Maniche admite ser uma “besta negra” para a seleção holandesa, à qual marcou «golos importantíssimos» nas fases finais dos Campeonatos da Europa de 2004 e do Mundo de 2006.

«Felizmente, tive a oportunidade de marcar dois golos importantíssimos contra a Holanda, um deles que jamais esquecerei e que ainda está presente na memória de muita gente, porque foi um golo fantástico (Euro2004)», recordou o ex-jogador de Benfica e Sporting, em entrevista à Agência Lusa.

Depois desse golo, seguiu-se outro, dois anos depois: «Tive a felicidade de reencontrá-los no Mundial2006 e a oportunidade novamente de fazer o golo da vitória».

«Penso que, na Holanda, não me podem ver. Depois disso, joguei pelo Atlético de Madrid contra o PSV (equipa holandesa), marquei um golo e ganhámos por 3-0, na Liga dos Campeões. Se fosse contra equipas holandesas, estava garantido que as coisas corriam bem», disse Maniche.

Apesar do protagonismo nos embates recentes frente à seleção laranja, o ex-internacional luso salienta que a sua «prioridade» era sempre «ajudar a equipa» e que, como atuava no meio-campo, conseguia espaços para visar as balizas adversárias e, por vezes, chegar ao golo.

«Na minha posição, tinha mais facilidade em encontrar espaços para rematar e felizmente, nessas poucasoportunidades, rematei com o intuito de fazer golo. Obviamente que as pessoas dizem: ‘nunca mais vais fazer um golo igual àquele’. Acredito que podem ter razão, mas quando chutei foi mesmo para fazer golo», frisou.

O golo marcado no Estádio José Alvalade, em Lisboa, a 30 de junho de 2004, está bem presente: «Foi com muita garra, com muita vontade de marcar o golo e ajudar a seleção a passar».

O “tiro” com o pé direito foi indefensável para Edwin van der Sar: «Aquilo saiu. Não estava estudado. São coisas do futebol. É uma fração de segundo em que tomamos decisões e eu tomei a decisão certa. Era uma bola extremamente difícil para os guarda-redes».

Dois anos depois, Maniche voltou a bater Van der Sar e a dar a vitória a Portugal, novamente com um “grande” golo, talvez mais decisivo, mas sem superar a qualidade do primeiro.

«Foram dois golos muito importantes. No Europeu foi o segundo golo, foi o 2-0, é óbvio que foi o mais bonito. Penso que ainda está entre os 10 melhores. Mas. o outro foi o 1-0, num jogo muito intenso, muito complicado e deu os quartos de final. Foram expulsos dois jogadores nossos. O árbitro complicou-nos a vida», referiu Maniche, recordando a “Batalha de Nuremberga” - 16 amarelos e quatro vermelhos mostrados russo Valentin Ivanov.