A presença de Portugal no Euro2012 de futebol dependerá da capacidade de juntar à sua superior qualidade técnica uma maior eficácia ofensiva na terça-feira, na Luz, frente à Bósnia-Herzegovina, depois do nulo em Zenica.

O empate em “horta” hostil – foi assim que Cristiano Ronaldo definiu o relvado do Estádio Bilino Polje – abriu boas perspetivas de êxito, mas foi a atitude lusa que mais convenceu no primeiro jogo do “play-off” de acesso à fase final, que se disputará na Polónia e Ucrânia.

Em ambiente adverso e num terreno de jogo impróprio para futebol de alta competição, Portugal quis desde início traçar o seu próprio destino: dominou, criou oportunidades, mas revelou-se inconsequente na hora marcar.

Agora, em Lisboa, é obrigado a vencer ou a empatar 0-0 e triunfar no desempate por grandes penalidades.

Paulo Bento e os seus pupilos estão empenhados em levar Portugal à sétima fase final consecutiva de importantes provas internacionais (Europeus e Mundiais) e tem tudo a favor, num feito que precisa contar com o apoio de 60.000 pessoas no novo "inferno" da Luz.

Perante o seu público, num relvado de qualidade, sem lasers apontados aos olhos das suas “estrelas” ou cânticos provocativos, Portugal está determinado a mostrar em campo que é melhor equipa e que merece estar no Euro2012.

Aliás, mesmo com um início desastrado na turbulenta transição de Carlos Queiroz para Paulo Bento, a qualificação esteve à distância de um empate na Dinamarca, objetivo falhado no único jogo a “doer” da nova era em que a equipa não esteve ao nível do seu potencial.

A nova alegria e dinâmica da equipa e o bom momento de forma de vários dos protagonistas lusos aumenta a confiança de uma seleção que persiste no sonho de conquistar uma importante prova internacional.

Com cada vez mais futebolistas a jogar em importantes campeonatos estrangeiros, a Bósnia-Herzegovina também não terá sido muito beneficiada com a incompreensível escolha do relvado de Zenica para o duelo caseiro com Portugal.

No seio do seu grupo de trabalho sobram atletas de grande potencial e virtudes técnicas, bem como capacidade física e tática, virtudes que lhe permite encarar a "final" da Luz com firme convicção no sucesso.

A teoria diz que a pressão do favoritismo está cada vez mais do lado de Portugal – pela história, pelo resultado da primeira mão e por decidir em casa –, pelo que essa “desresponsabilização” pode soltar a magia do conjunto de Safec Susic nos 90 minutos que decidirão a sua primeira presença num Campeonato da Europa.

Ainda assim, além do criativo Misimovic, a principal ameaça da formação do Leste europeu vem mesmo do avançado Edin Dzeko (Manchester City), que em casa foi “secado” por Pepe, central que esteve simplesmente insuperável.

Os sete portugueses à “bica” de serem excluídos passaram incólumes em Zenica, enquanto a Bósnia-Herzegovina, que tinha 10 em risco, perdeu o defesa Salihovic para a Luz.