A seleção portuguesa de futebol entrou desastrada na qualificação para o Euro2012, mas, sob o comando de Paulo Bento, acabou por selar, em “grande”, o apuramento para a quinta fase final consecutiva de um Europeu.

Depois das presenças consecutivas nas edições de 1996, 2000, 2004 e 2008, Portugal “ameaçou” falhar a prova marcada para a Polónia e Ucrânia, já que, após dois jogos, somava um mísero ponto e parecia completamente sem rumo.

Mas, com Paulo Bento no lugar de Carlos Queiroz, Portugal venceu os cinco jogos seguintes e chegou à última ronda dependente de si próprio para marcar presença na competição que tem início a 08 de junho e se prolonga até 01 de julho, dia da final.

A formação das “quinas” falhou, porém, na Dinamarca, ao perder por 2-1, quando só precisava de empatar, e foi obrigada a disputar um “play-off”: como na corrida ao Mundial2010, o adversário foi a Bósnia-Herzegovina, com Portugal a empatar a zero em Zenica, para, na Luz, “carimbar” o “passaporte” com um vistoso 6-2.

Com Agostinho Oliveira no banco, face à suspensão imposta a Carlos Queiroz, na sequência de um processo muito pouco claro e edificante, a formação lusa começou muito mal, com um empate a quatro na receção ao Chipre e um desaire por 1-0 na Noruega.

Na estreia no Grupo H, em Guimarães, Portugal ainda liderou por 3-2, depois de ter estado a perder por 1-0 e 2-1, e por 4-3, após os cipriotas terem empatado a três, mas acabou por ceder dois pontos quase em “cima” da hora - Andreas Avraam marcou aos 89 minutos.

Hugo Almeida, Raul Meireles, Danny e Manuel Fernandes foram os autores dos tentos da formação das “quinas”, que, entre outros, não contou com o lesionado Cristiano Ronaldo.

Foi ainda sem o jogador do Real Madrid que, quatro dias volvidos, Portugal jogou na Noruega e deu mais um enorme passo atrás na corrida ao apuramento, ao perder por 1-0, num resultado selado logo aos 21 minutos, por intermédio de Erik Huseklepp.

Num grupo com apenas cinco seleções, a margem de erro ficou desde logo reduzida a zero e a opção recaiu na mudança de selecionador, com José Mourinho a chegar a ser equacionado para fazer os dois jogos seguintes, já com carater mais do que decisivo.

O Real Madrid não fez, porém, a vontade ao técnico luso e ao então presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, que se virou para Paulo Bento, no desemprego desde que saíra do comando técnico do Sporting.

O ex-internacional luso não poderia ter começado melhor, já que Portugal saiu 100 por cento vitorioso da segunda jornada dupla, ao bater a Dinamarca por 3-1, no Estádio do Dragão, no Porto, e ganhar à Islândia, em Reiquejavique, pelo mesmo resultado.

Um “bis” de “rajada” Nani (29 e 31 minutos) deu dois golos de vantagem a Portugal na primeira metade e, na segunda, Ricardo Carvalho ainda se enganou na baliza (79), mas, pouco depois (85), Cristiano Ronaldo sentenciou, em definitivo, o primeiro triunfo luso.

O jogador “merengue” inaugurou, depois, o marcar na Islândia, aos três minutos, com os anfitriões ainda a ripostarem, aos 17, por Heidar Helguson, mas a mostrarem-se incapazes de segurar Portugal, vencedor com tentos de Raul Meireles, aos 27, e Hélder Postiga, aos 72.

A acabar a época 2010/2011, Portugal continuava obrigado a ganhar, agora face à Noruega, e voltou a conseguir os três pontos, desta vez com um tento solitário de Hélder Postiga, aos 53 minutos, num embate disputado no Estádio da Luz, em Lisboa.

Seguiu-se a deslocação ao Chipre e a “vingança” da primeira jornada, selada com uma goleada (4-0), mas enganadora, já que três dos quatro golos – o “bis” de Ronaldo e os tentos de Hugo Almeida e Danny – só apareceram nos últimos 10 minutos.

Portugal só precisava de mais uma vitória para chegar ao último jogo apenas dependente de si para chegar ao Euro2012 e conseguiu-a, no Dragão, com um “estranho” 5-3 à Islândia, com tentos de Nani (dois), Hélder Postiga, João Moutinho e Eliseu.

Bastava um empate em Copenhaga, mas, pela primeira vez na “era Paulo Bento”, a seleção lusa falhou claramente, com os dinamarqueses a chegarem a 2-0, com golos de Michael Krohn-Dehli, aos 23 minutos, e Nicklas Bendtner, aos 63, e Rui Patrício a evitar a goleada.

Já nos descontos, Cristiano Ronaldo ainda reduziu, na marcação perfeita de um livre direto, mas já era demasiado tarde.

O “onze” luso acabou, assim, o agrupamento no segundo posto, a três pontos da Dinamarca e com os mesmos 16 da Noruega, mas com vantagem na diferença de golos (21-12 contra 10-7).

Seguiu-se o “play-off” e um primeiro jogo a “ferro e fogo”, no efervescente Estádio Bilino Polje, em Zenica, onde a Bósnia-Herzegovina recebeu Portugal num relvado miserável, mas do qual não conseguiu tirar partido. Tudo acabou como começou, a zero.

O mais difícil estava conseguido, como ficou demonstrado a 15 de novembro de 2011, na Luz, onde Portugal cumpriu o seu melhor jogo no apuramento, goleando por 6-2, com dois tentos de Ronaldo e Postiga e um de Nani e Miguel Veloso, para um final em beleza.

Portugal estava, assim, pela quinta vez consecutiva na fase final do Europeu, depois de sobreviver à mudança de selecionador e a outros casos, como a “deserção” de Ricardo Carvalho ou a recusa de Bosingwa em disputar um jogo, isto nas palavras de Paulo Bento.

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