O antigo internacional português Vítor Baía acredita que a Seleção «terá um papel importante e decisivo» no Euro’2012, mas alerta para «o excesso de confiança» frente à República Checa, que foi fatal em 1996 frente ao mesmo adversário.

O antigo “capitão” da Seleção e do FC Porto considera, em declarações à agência Lusa, que os checos, que Portugal defrontará quinta-feira (19h45), são «uma equipa matreira, com bons e rápidos jogadores, que podem criar grandes dificuldades».

«Estamos confiantes, mas sei, por experiência própria, que neste tipo de competição a percentagem de favoritismo é igual para as duas equipas», disse Vítor Baía, um dos titulares na partida que, no Euro1996, na Inglaterra, ditou o afastamento dos portugueses, derrotados com um golo de Karel Poborsky.

O antigo guarda-redes é da opinião que «Portugal conseguiu uma excelente qualificação, pois estava num grupo de morte, muito complicado. O mais difícil já foi conseguido».

Começando pelo jogo com a Alemanha, Baía referiu ter ficado «com um amargo de boca, analisando os últimos 15 minutos, pela sensação de que podiam ter conseguido algo diferente se a abordagem ao jogo tivesse sido outra».

No jogo com a Dinamarca, considera que a Seleção «melhorou bastante, embora tivesse sofrido por culpa própria», enquanto que frente a Holanda «deu uma demonstração extraordinária de qualidade e já com o Cristiano Ronaldo ao seu nível».

Recordando a seleção checa que eliminou Portugal, há 16 anos, nos quartos de final do torneio na Inglaterra, Vítor Baía refere «até ser fácil comparar: a de 96 está ao nível das melhores de sempre, talvez a melhor de sempre» daquele país.

«Tinha jogadores de grande qualidade, todos desconhecidos, mas que vieram a ter uma carreira extraordinária nos principais clubes europeus», disse o antigo internacional.

Segundo Vítor Baía, «Portugal tinha grandes expetativas» nesse Europeu, o que o leva a alertar:

«Que não se repita aquele excesso de confiança.»

«Que se cumpra, agora, este objetivo de passar» às meias-finais, concluiu Baía, que considera o adversário de quinta-feira «muito difícil, mas que não tem nada a ver com o de 1996».