O antigo selecionador português António Oliveira considera que o desafio com a República Checa «deverá exigir acertos na estratégia» Portugal, atendendo a que os checos jogarão «como predadores, na expetativa», nos quartos de final do Euro2012 de futebol.

Na quinta-feira, os checos vão «exigir atenção redobrada», segundo Oliveira, pois «sabem defender muito bem e vão esperar pelo momento certo» para tentar o golo.

Segundo António Oliveira, em declarações à agência Lusa, a República Checa «vai fazer o que Portugal fez antes», pois «a ordem vai ser invertida porque os checos não sabem jogar em ataque continuado, como a Holanda, Dinamarca e Holanda».

«Vão dar o domínio do jogo a Portugal, o que exige acertos na estratégia, sobretudo em termos defensivos, pois [o adversário] será totalmente diferente dos que defrontámos até agora», afirmou.

Para Oliveira, «é natural que o Paulo [Bento] tenha que refinar um pouco a tática para levar esta rapaziada de vencida».

«Temos que estar muito concentrados para não cair na armadilha de predador calculista», afirmou.

Mas, arriscando o palpite, o antigo selecionador acredita que «os jogadores de Portugal têm todas as condições, se continuarem coesos, humildes, concentrados e determinados como até agora».

«O Paulo Bento tem uma equipa de auxiliares muito boa e estará atento. Não me surpreenderia que fizesse alterações no onze ou modificações mais cedo.

Mas ele estará atento e vai saber continuar a comandar a nossa tropa com sucesso», disse Oliveira.

Considerando que a valia da República Checa no Euro96 «não é comparável» com a da atualidade, o antigo selecionador frisa que, «agora, Portugal vai encontrar mais dificuldades, ainda que teoricamente pareça o contrário, sobretudo depois de ter eliminado a Holanda».

No Euro96, em Inglaterra, Portugal, então comandado por Oliveira, foi eliminado nos quartos de final pela República Checa, granças a um “chapéu” de Poborsky.

Resumindo a qualificação para os “quartos”, António Oliveira considera «cumprido o primeiro objetivo com mérito», afirmando que «agora, tudo é possível».
Contra a Alemanha, a Seleção «reagiu notavelmente, mas o resultado não esteve de acordo com essa reação», afirmou Oliveira, para quem «ficou inequívoco que Portugal, a partir daí, tinha condições para ombrear com a Dinamarca e com a Holanda».

Foi uma «derrota que serviu de tónico», disse, recordando que contra a Dinamarca foram cometidos os mesmos erros, mas ao contrário.

«Fomos notáveis até ao segundo golo, deixámo-nos empatar, mas fomos para a frente e criámos oportunidades pela direita, pela esquerda e pelo centro», afirmou.

A seguir, Portugal venceu a Holanda e «apareceu Ronaldo, cheio de força e garra, a calar os críticos nacionais e internacionais, revelando grande comprometimento com a Seleção».

A propósito das críticas, António Oliveira disse:

«Normalmente, são no sentido positivo. Reconheço que há sempre um certo exagero, mas os jogadores e técnicos têm que estar preparados para isso.»

«Acabaram por acicatar o grupo, criando uma união mais forte em torno das críticas que achavam injustas. E, à boa maneira portuguesa, voltámos a reunir a tropa, a unir esforços e transcendemo-nos, porque temos força e talento em qualidade e quantidade.»

Para Oliveira, «a Seleção não é só o Cristiano Ronaldo, pois uma equipa não pode ser feita só de gerentes, mas também de trabalhadores», garantindo que «o grupo está unido com o povo e o povo com a seleção».

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