No aniversário de Portugal Campeão da Europa, recordamos a caminhada da Seleção Nacional rumo ao primeiro grande título do futebol português. A mais bela história do futebol luso arrancou em Marcoussis e culminou em Paris com uma grande festa com as cores nacionais.

A vitória nas meias-finais, frente ao País de Gales, confirmou parte da profecia de Fernando Santos: só regressaria a Portugal a 11 de julho. Conseguiu-o com a melhor exibição e o melhor resultado no Europeu – de resto a única vitória conquistada nos 90 minutos - a catapultar a seleção para a segunda final da sua história.

A primeira parte foi, acima de tudo, apática, com Portugal a sentir muitas dificuldades em entrar na área galesa. Do outro lado, Gareth Bale procurava colocar a defesa lusa em sentido – Bruno Alves era aposta no onze para o lugar do lesionado Pepe, mas foi José Fonte o bombeiro de serviço – mas também sem sucesso.

Até ao intervalo, eram escassas as oportunidades de perigo criadas pela formação lusa: Nani e Ronaldo estiveram perto do golo, mas faltou acerto na finalização. Numa campanha marcada por empates e resultados decididos no prolongamento ou nas grandes penalidades, havia já quem temesse o mesmo destino para este encontro. Portugal estava habituado a sofrer, é certo, mas era preciso saber até quando.

Apenas cinco minutos volvidos da segunda parte, e contra a corrente do que havia sido até ao momento, a Seleção Nacional chegou ao golo, na sequência de um pontapé de canto: João Mário tocou curto para Raphäel Guerreiro cruzar de primeira, e Ronaldo, num salto monumental, cabecear com conta, peso e medida para o fundo da baliza de Hennessey.

O 2-0 não se fez esperar. Minuto 53: remate do capitão à entrada da área e Nani, no meio, a desviar de forma subtil, acabando por trair o guardião do País de Gales. Chris Coleman não perdeu tempo a mexer na equipa (e no sistema tático), ao mesmo tempo que Portugal ia somando falhanços atrás de falhanços. Portugal chegava à final com o seu melhor resultado até àquele momento, mas com a sensação de que podia ter feito mais.