No 'Vermelho & Verde', café com tradição em Viseu, três dezenas de adeptos juntaram-se para assistir à estreia de Portugal no Euro2016 em futebol, em França, em jogo frente à Islândia, que terminou empatado 1-1.

Habitual ponto de encontro de amigos, unidos no gosto pelo futebol, separados pela preferência clubística, o nome diz muito sobre o espaço, com o verde do Sporting e o vermelho do Benfica na génese da criação do café, aberto em inícios da década de 90 do século passado por dois sócios, cada qual com a sua preferência por um dos 'grandes' de Portugal. As cores, que são de rivalidade ao longo da época nas competições nacionais, são de união sempre que joga a seleção de Portugal.

Decorado a preceito com as cores nacionais, foi recebendo os adeptos desde o final da tarde. Caras conhecidas, caras amigas, que fazem de cada dia de jogo uma festa, que vai muito para além dos 90 minutos regulamentares da partida.

O assador não tem descanso, com sardinha, fêveras e enchidos para reconfortar o estômago, que "bola à hora de jantar dá folga lá em casa".

Antes do apito inicial do turco Cüneyt Çakir, já todos os olhares estavam fixos no ecrã. Uns mais nervosos, outros confiantes, mas todos convencidos que "é para ganhar".

O nervosismo dos primeiros minutos ia passando. As bebidas e os petiscos ajudavam a combater a ansiedade. Tudo à espera do golo que tardava em chegar.

Aos quatro minutos, a Islândia assustou, mas Rui Patrício resolveu na baliza de Portugal.

A seleção nacional não marcava, e o nervosismo aumentava até ao minuto 31, quando Nani apontou o primeiro golo de Portugal. Explosão de alegria, e a primeira rodada de cerveja, "oferta da casa" dizia Rui Almeida, proprietário do café, acrescentando que "vai ser assim sempre que Portugal marcar".

Intervalo, com Portugal em vantagem e ambiente a condizer entre as três dezenas de adeptos que encheram o café.

Início da segunda parte, e o inesperado aconteceu. A Islândia empatou, e o clima que era de festa esmoreceu um pouco, mas a confiança mantinha-se em níveis elevados.

O passar dos minutos geravam alguma impaciência. Sem golos, foi com as entradas de Renato Sanches e Ricardo Quaresma que voltou a animação, mas não por muito tempo. Portugal atacava, a Islândia defendia, e a confiança ia baixando. Já nos descontos, um livre para Portugal deixou tudo em suspenso, mas a bola rematada por Cristiano Ronaldo embateu na barreira, e o jogo terminou logo a seguir.

Fim de jogo, fim de festa, e a ideia final que se ouvia é que, "sábado, com a Áustria, é para ganhar".