Foi preciso esperar 55 anos. E quatro derrotas em meias-finais, algumas delas bem dramáticas. Mas, finalmente, a Inglaterra está de volta à final de uma grande competição, depois da vitória no Campeonato do Mundo de 1966.

Os adeptos ingleses acordaram esta quinta-feira com um sorriso no rosto, depois do triunfo por 2-1, após prolongamento, sobre a Dinamarca nas meias-finais do Euro2020. Segue-se o jogo de todas as decisões, com a Itália. A tarefa para conquistar o primeiro título europeu da sua história não será nada fácil para a 'Seleção dos Três Leões', frente a uma "Squadra Azzura invicta há 33 jogos.

Mas, para já, e antes de se pensar nesse embate com uma Itália renascida das cinzas, depois do 'escândalo' que foi a ausência do Mundial 2018, é ainda hora de festejar em Inglaterra, onde os adeptos não param de entoar os seus já clássicos "Sweet Caroline" e "Football's Coming Home". As ruas encheram-se de bandeiras inglesas logo após o apito final do encontro com a Dinamarca e a euforia foi enorme.

55 anos e quatro meias-finais dramáticas depois, enfim uma final

É que a espera por este momento foi grande. Demasiado grande para um país que se considera o berço do futebol, mas que só por uma vez até à data tinha estado numa final de uma grande competição e em quatro meias finais desde então. As desilusões foram muitas ao longo destes anos. Muitas delas marcantes.

Ora recordemos. Logo depois de ter conquistado o Campeonato do Mundo da FIFA como anfitriã, dois anos antes, a Inglaterra parecia no bom caminho para conquistar o ceptro continental em Itália, em 1968. Mas os ingleses viriam a cair diante da Jugoslávia nas meias-finais, num jogo muito equilibrado, que parecia destinado a seguir para prolongamento, mas que acabou quase em cima do minuto 90, por um golo de Dragan Džajić. A Inglaterra teria de esperar mais 22 anos para voltar a jogar uma semi-final.

Foi no Mundial 1990, também jogado em Itália. Orientada por Bobby Robson e com jogadores como Peter Shilton (então já com 40 anos) Gary Lineker, Chris Waddle, John Barnes, David Platt ou Paul Gascoyne, caminhou até umas semi-finais onde pela frente encontro a velha rival Alemanha. Aquela que tinha derrotado para erguer (com muita polémica à mistura) o ceptro mundial em 1966. A decisão chegou nos penáltis, com os germânicos a levarem a melhor. Ainda não era dessa...

Como não foi seis anos depois, no EURO'96, então como anfitriã. Tal como agora, os cânticos 'It's coming home' foram-se ouvindo por todo o país à medida que a selecção orientada por Terry Venables ia encantando, liderada por um 'renascido' Paul Gascoine. Mas, nas meias-finais, outra vez a Alemanha pela frente. E outra vez a decisão nos penáltis. E, outra vez, a derrota (curiosamente, com o agora selecionador Gareth Southgate a falhar a grande penalidade decisiva, no mesmo Estádio de Wembley onde, agora, garantiu a final).

A espera por outra meia-final voltou a ser grande. Durou até ao último Campeonato do Mundo, de 2018, e terminou com nova desilusão. Desta vez a adversária foi a Croácia e, tal como nas duas anteriores semi-finais, os 90 minutos terminaram com uma igualdade a um golo. Mas aí nem foi preciso recorrer aos penáltis. A derrota veio logo no prolongamento, com Manduzkic a marcar para os croatas e a adiar o sonho inglês de regressar a uma final.

"Provavelmente, a melhor sensação do mundo"

Sonho agora concretizado, três anos depois. Curiosamente, depois de mais um empate 1-1 ao fim de 90 minutos. Mas, agora, foram os ingleses a marcar, por Kane. "It's coming home", voltaram a cantar os adeptos, que acreditam que poderão, finalmente, colocar um ponto final na espera por um grande troféu.

O próprio primeiro ministro britânico, Boris Johnson, e o Príncipe William, presidente da Federação Inglesa de Futebol, acreditam.

"Esta noite a Inglaterra jogou com o coração", tweetou Boris Johnson. "Que exibição fantástica da equipa de Gareth Southgate. Agora vamos à final. Vamos trazer a Taça para casa", escreveu o príncipe.

Os jornais ingleses seguem na mesma toada. "Finalmente", titularam vários. O 'The Sun' aproveitou até para brincar com o famoso slogan da cerveja dinamarquesa Carlsberg para escrever, na sua manchete: "Provavelmente, a melhor sensação do mundo".

E até já se fala de atribuir os títulos de cavaleiro a Southgate e a jogadores como Raheem Sterling ou Harry Kane. O capitão inglês, contudo, faz questão de lembrar que nada está ganho. "É a primeira vez na nossa história que chegamos à final de um Europe e é um dos momentos de maior orgulho da minhavida. Mas ainda não ganhámos nada", sublinhou Kane, autor do golo da vitória sobre a Dinamarca.

Seja o melhor treinador de bancada!

Subscreva a newsletter do SAPO Desporto.

Vão vir "charters" de notificações.

Ative as notificações do SAPO Desporto.

Não fique fora de jogo!

Siga o SAPO Desporto nas redes sociais. Use a #SAPOdesporto nas suas publicações.