Os futebolistas que foram convocados para a seleção da Argentina e que atuam no exterior terão de ficar em quarentena durante 14 dias quando entrarem no país, devido à pandemia de Covid-19, anunciou hoje o governo argentino.

“Qualquer cidadão argentino, inclusive futebolistas, que seja proveniente desses países [afetados pelo novo coronavírus], terá de ficar em quarentena durante 14 dias”, afirmou o ministro argentino do Turismo e do Desporto, Matías Lammens, em declarações ao canal TyC Sports.

Com o arranque dos jogos da qualificação sul-americana para o Mundial2022 agendado para o final deste mês, o governante foi perentório: “Isto também é válido para os jogadores. Se se mantiver a intenção de disputar os jogos da qualificação, esses jogadores não poderão estar presentes”.

Já hoje, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, salientou que o isolamento durante 14 dias é “uma obrigação” de qualquer cidadão que tenha viajado de países afetados pelo Covid-19 e os que não o fizerem “estarão a cometer um delito, ao colocar em risco a saúde pública”.

A seleção argentina recebe o Equador, em 26 de março, na primeira jornada da qualificação sul-americana para o Mundial2022, e cinco dias depois visita a Bolívia.

Todos os 23 jogadores convocados pelo selecionador Lionel Scaloni atuam no estrangeiro, sendo que apenas o lateral direito Renzo Saravia, emprestado pelo FC Porto ao Internacional, joga na América do Sul, no Brasil.

Os restantes 22 jogam na Europa, dois dos quais em Portugal, Marcos Acuña (Sporting) e Nehuén Pérez (Famalicão), e seis em Itália, o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, a seguir à China.

A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.

A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.