A FIFA manifestou hoje apoio às investigações em curso sobre crimes cometidos no âmbito das competições nacionais e internacionais e pediu mais informações ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre novas acusações a pessoas ligadas ao futebol.

O organismo que superintende o futebol mundial fez saber que segue de perto as investigações e o desenvolvimento dos processos em curso nos Estados Unidos e em outras partes do mundo e que continuará a prestar plena colaboração a quem está encarregado de fazer cumprir a lei e que investiga estes assuntos.

"É importante assinalar que à própria FIFA foi reconhecida a condição de vítima nos procedimentos penais em curso nos Estados Unidos e que os seus principais responsáveis estão em contacto regular com o Departamento de Justiça norte-americano", revelou a FIFA, lembrando que a sua Comissão de Ética já impôs sanções, incluindo a de proibição vitalícia a dirigentes do futebol envolvidos nestes processos.

Mais assegurou que tais responsáveis devem ser objeto de sanções penais caso se prove que cometeram algum ato criminoso, mas ressalvando: "Como os casos penais estão a decorrer, não estamos em condições de fazer mais comentários neste momento."

A reação da FIFA ocorreu horas depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter apresentado novas acusações relacionadas com o conhecido caso "FIFA Gate", que envolve dois ex-executivos do grupo de 'media' "XXI Century Fox", a produtora espanhola de audiovisual 'Imagina Media Audiovisual' e da empresa de marketing uruguaia 'Full Play Group'.

As acusações são dirigidas contra Hernán López e Carlos Martínez, ex-executivos da empresa norte-americana, e também contra Gerard Romy, ex-co-presidente da 'Imagina Media Audiovisual', todos por fraude eletrónica, lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados.

A acusação refere que Lopez e Martinez, responsáveis pelo desenvolvimento e condução dos negócios de transmissão da Fox na América Latina, se juntaram à 'Full Play' e a outros parceiros num plano que envolvia o pagamento anual de milhões de dólares em subornos a funcionários da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), em troca dos direitos de transmissão da Taça Libertadores, o principal torneio de clubes da América do Sul, entre outros eventos.

Entretanto, segundo um documento do procurador-geral de Brooklyn, nos Estados Unidos, vários dirigentes da FIFA receberam subornos para que votassem favoravelmente à atribuição dos Mundiais de futebol de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.

As suspeitas em relação a irregularidades nas votações para a organização destes Mundiais já existiam, mas é a primeira vez que a justiça de um país afirma que a votação para o Qatar e para a Rússia está repleta de ilegalidades.

No documento da acusação, publicado na segunda-feira, surgem três novos nomes, bem como uma sociedade.

Jack Warner, antigo presidente da CONCACAF (Confederação de futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), terá recebido cinco milhões de dólares (cerca de 4,6 milhões de euros) para votar favoravelmente à Rússia em 2018.

Em dezembro de 2010, a Rússia superou na votação final pela organização do Mundial 2018 a concorrência de Portugal/Espanha, Inglaterra e Bélgica/Holanda.

A procuradoria de Brooklyn avançou também com a existência de subornos em troca de votos para o Mundial do Qatar, que decorrerá em 2022, e entre os visados estão o antigo presidente da Confederação Brasileira Ricardo Teixeira e o ex-presidente da CONMEBOL (Confederação sul-americana) Nicolas Leoz, falecido em agosto de 2019.

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