O treinador da seleção nacional de futebol de Moçambique, Abel Xavier, apelou na quinta-feira às pessoas e aos países para ajudarem o seu país, atingido por um ciclone que provocou mais de 200 mortos e milhares de desalojados.

"Como sabem, recentemente tivemos uma grande tragédia no nosso país", disse Abel Xavier, que agradeceu e apelou "a todas as pessoas e a todos os países que possam colaborar e apoiar" Moçambique neste momento.

O treinador, natural de Moçambique, falava aos jornalistas após o avião onde viajava a seleção moçambicana ter aterrado no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, onde sábado defronta a seleção da Guiné-Bissau na última jornada da fase de qualificação para a Taça das Nações Africanas, que vai decorrer no Egito entre 21 de junho e 19 de julho.

No aeroporto, um grupo de guineenses esperou a seleção moçambicana com uma faixa de vários metros onde se podia ler "Manifestamos a nossa solidariedade com o povo moçambicano perante a tragédia na beira".

"Mas, da parte da seleção, nós, os representantes, temos uma responsabilidade acrescida de dar algum conforto aos nossos adeptos, ao nosso povo, estamos imbuídos neste espírito neste jogo", salientou Abel Xavier.

O selecionador moçambicano garantiu que a sua equipa vai dar o melhor para regressar à Taça das Nações Africanas, da qual está ausente há muitos anos.

"É com enorme prazer que estamos aqui na Guiné-Bissau, mas, obviamente, estamos aqui para competir. Chegámos com bastante otimismo e ambição fruto da nossa preparação que fizemos, não só com os jogadores que jogam em Moçambique, mas também com os jogadores que jogam no estrangeiro", declarou.

No total, entre Moçambique, Zimbabué e Maláui estão confirmados pelo menos 557 mortos na sequência da passagem do ciclone Idai.

Em Moçambique, o último balanço do Governo aponta para 242 mortos em consequência da passagem do ciclone pelo centro do país, enquanto as únicas estimativas conhecidas no Maláui continuam inalteradas, em 56 mortos e 177 feridos.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.