Era conhecido por Nick e apitava mais de uma centena de jogos de futebol masculino por época, nos regionais de Inglaterra. Depois de quase pensar em pôr fim à própria vida, Nick tornou-se Lucy Hale e este domingo tornou-se ainda a primeira árbitra transexual do mundo.

A árbitra, taxista de profissão, deu uma entrevista ao 'Sunday Mirror' em que diz ter esperança que as pessoas a aceitam por aquilo que ela é. Atualmente com 46 anos, Lucy é casada e tem três filhos, e admite que lutou 30 anos contra o género com que nasceu.

"Guardei este segredo durante a maior parte da minha vida, mas agora é tempo de ser eu própria. Acredito que as pessoas fiquem um bocado chocadas quando me virem entrar em campo, mas eu sou a mesma pessoa. Apenas tenho uma aparência diferente da que tinha antes. Vai ser bom não viver em dois mundos diferentes e puder finalmente ser eu própria. Quero ainda inspirar as outras pessoas a serem elas mesmas", afirmou Lucy Clark.

A mudança de género de Lucy foi apoiada pela Federação Inglesa de Futebol. A árbitra admite que o futebol lhe salvou a vida, mas que tem receio desta nossa fase. "Com os jogadores eu consigo lidar, pois nesse caso tenho sempre cartões amarelos e vermelhos para dar. Na verdade, o que eu temo mesmo é a reação do público. Tenho estado a preparar-me para os comentários negativos. Não quero perder o controlo e não quero ter de apresentar queixa nos clubes por causa dos seus adeptos", afirma.