A procuradoria espanhola pediu 11 anos de prisão e pagamento de multa de 59 milhões de euros para o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, acusado de lavagem de dinheiro relacionada com a venda de direitos de televisão em jogos do Brasil.

A Audiência Nacional, alta jurisdição especializada em casos de corrupção, acusa Rosell, a sua mulher e outras quatro pessoas de "lavagem de capital em grande escala" de pelo menos 19,9 milhões de euros.

Todos são suspeitos de terem escondido dinheiro obtido ilegalmente por Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Rosell viveu e trabalhou no Brasil, onde formou numerosos contatos empresariais. O caso centra-se num contrato assinado em 2006, com o objetivo de vender a retransmissão de 24 particulares da seleção brasileira para uma companhia com sede nas Ilhas Caimão.

Rosell e a sua mulher terão recebido quase 15 milhões de euros como parte dos negócios. Depois, terão entregue 8,4 milhões de euros a Teixeira e ficado com 6,6 milhões.

Rosell e outras pessoas também são acusadas de terem ocultado outros cinco milhões de euros obtidos ilicitamente por Ricardo Teixeira, como parte de patrocínio da Nike à seleção brasileira.

Teixeira, ex-vice presidente da FIFA, está a ser investigado pela justiça do Brasil e dos Estados Unidos, no âmbito do caso "Fifagate", escândalo de corrupção que envolveu vários dirigentes do futebol.

A procuradoria espanhola pediu 7 anos de prisão e uma multa de 50 milhões de euros contra a mulher de Rosell, Marta Pineda.

Além disso, pediu para um dos outros quatro suspeitos, Joan Besoli, consultor financeiro instalado em Andorra, 10 anos de prisão e 55 milhões de euros de multa.

Rosell renunciou à presidência do Barcelona em 2014, depois de lhe ser imputada uma suposta fraude fiscal na turbulenta contratação de Neymar, em 2013.

Rosell conseguiu escapar a uma condenação graças a um acordo entre a direção do clube catalão e a justiça, para que toda a culpa fosse assumida pela equipa como pessoa jurídica.

Mas o ex-presidente do Barça tem outro julgamento pendente, que envolve o fundo brasileiro DIS, antigo dono de parte dos direitos de Neymar, que se sentiu prejudicado pela operação.