A segunda derrota seguida da época não pode deixar nenhum benfiquista descansado. Em apenas quatro dias a equipa perdeu tantos jogos quantos tinha perdido em toda a época, fazendo soar os alarmes na Luz.

Diante do Inter Milão na terça-feira, os encarnados voltaram a evidenciar os problemas para ligar jogo e sofreram dois golos sem resposta, o que complica e muito o sonho de chegar às meias-finais da Liga dos Campeões.

Ainda há 90 minutos para retificar tudo em Itália e mostrou que tudo não passou de uma noite má.

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O jogo: no meio esteve a virtude

Sérgio Conceição já tinha identificado os problemas do Benfica na passada sexta-feira, quando levou o seu FC Porto à Luz para vencer por 2-1 na I Liga, no primeiro desaire caseiro dos encarnados. No caso dos dragões, foi a pressão em todo o campo, com Otávio a funcionar como avançado na saída de bola do Benfica e a recuar para se juntar aos médios quando a equipa tinha bola. O Benfica ficou sem poder ligar o jogo desde a defesa, com os médios.

O Inter inverteu e deixou que o Benfica fosse pressiona-lo à saída da sua área, para depois acelerar o jogo pelas laterais com Dumfries, Dimarco e o central Bastoni, ou alongar em Dzeko e Lautaro. Com o guarda-redes Onana na construção (que jeito dá ter um guarda-redes que sabe jogar com os pés), o Inter libertava mais um um jogador. O Benfica saia na pressão junto da área, Brozovic e Barella recuavam para receber, rodavam e aceleravam, encontrando sempre uma linha de passe. E em dois, três toques, o Inter estava perto da área do Benfica.

Schmidt nunca tentou adaptar-se, que passaria por não subir tanto na pressão ao Inter, já que essa estratégia não estava a resultar. Chiquinho e Florentino Luís eram pouco para os três médios dos transalpinos - Brozovic, Barella e Mkhitaryan. Os alas do Inter iam às vezes por dentro para atrair, soltando um dos centrais (Bastobni) na construção pela esquerda.

Foi assim que Bastoni quase fazia um golaço aos 35 minutos, numa bola que ainda bateu nas malhas laterais. Aos 51, a mesma jogada mas agora pelo corredor: descida do central sem oposição, centro tenso de muito longe e Barella a chegar a área para desviar para o 1-0.

Também foi assim que o Inter fez o 2-0, em mais uma descida de Bastoni: variação de flanco, Dumfries a aparecer ao segundo poste para um cabeceamento que Odysseas defendeu. Na sequência da jogada, nasce o penálti que vai dar o 2-0, de Lukaku.

A nível ofensivo, o Benfica produziu muito pouco. David Neres, que se revelou trapalhão em alguns lances assim que entrou, conseguiu duas grandes bolas de golo que foram desperdiçadas por Grimaldo e Gonçalo Ramos. Muito curto.

Há 90 minutos para inverter este resultado mas os sinais de alarme estão lá: o Benfica caiu muito de produção a nível ofensivo e Schmidt precisa de resgatar a equipa.

Momento-chave: Dumfries evita golo de Rafa

Minuto 55, lance caricato na Luz. Quatro minutos depois do golo dos italianos, o Benfica esteve perto de empatar, o que daria uma motivação extra e não deixaria o Inter crescer na vantagem. Mas a bola andou ali perto da linha de golo sem que ninguém pudesse desvia-la para a baliza. Dumfries ainda evitou que remate de Rafa terminasse no fundo das redes. Gonçalo Ramos pediu penálti de Acerbi na jogada mas o árbitro Michael Oliver mandou seguir.

Os Melhores: Brozovic e Barella a comandar e um central a desequilibrar

Jogo monumental dos médios do Inter, principalmente Barella e Brozovic. Impressionante a capacidade de trabalho dos dois, a acelerar o jogo, a encontrar sempre uma linha de passe. Muito do que o Benfica não jogou passou pela capacidade destes dois em segurar o jogo dos italianos. Uma palavra para o central Bastoni, que desceu pela esquerda e esteve no 1.º golo do Inter e deu origem ao penálti que valeu o 2-0.

Em noite 'não': Schmidt parado no banco

O à-vontade com que jogaram os médios do Inter pedia uma reação do banco do Benfica mas Schmidt... nem vê-lo. Quando trocou Florentino Luís por David Neres aos 64, deu um sinal à equipa, de apertar mais o Inter, mas ficou ainda mais à mercê dos contra-ataques dos italianos.

O jogo pedia mudanças desde o banco do Benfica, mesmo depois do 2-0 mas o técnico entendeu não mexer mais. Rafa e João Mário já não estavam a acrescentar e um segundo avançado (Musa) entre os centrais italianos podia abrir espaços para Neres ou Gonçalo Ramos.

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