Filme do Jogo

O Benfica mostrou não ter estofo para reverter a desvantagem que trazia da Luz. Mesmo tendo empatado com o Inter Milão, a três golos, acabou por ser eliminado nos quartos de final da Liga dos Campeões.

O Inter teve sempre a eliminatória sobre controlo, nunca esteve em desvantagem no marcador, que chegou a 3-1, e só sofreu os últimos dois golos do Benfica aos 86 e 90+5 minutos, numa altura em que houve claramente algum relaxamento final dos italianos.

Com a desvantagem de dois golos trazida da Luz, onde o Benfica deixou a eliminatória quase comprometida, era vital a abordagem ao jogo no Giuseppe Meazza para se chegar ao golo na primeira parte de modo a deixar a eliminatória em aberto e o Inter sob pressão.

Barella (14 minutos), Lautaro Martínez (65) e Joaquín Correa (78) marcaram para os italianos, enquanto Aursnes (38), António Silva (86) e Musa (90+5) assinaram os golos dos encarnados.

O Inter esteve mais do que confortável no jogo. Como qualquer equipa italiana, mostrou-se muito evoluída do ponto de vista tático, tornando-se muito difícil a qualquer adversário abanar a sua estrutura, sobretudo quando está confortável e em vantagem no marcador. Na verdade, o Benfica nunca foi capaz de criar oportunidades reais para dar a volta ao marcador, à exceção dos minutos finais, em que claramente houve um relaxamento do Inter.

Apesar da eliminação, o Benfica conseguiu bater o seu recorde de prémios amealhados na liga milionária. Os líderes da I Liga encerram 2022/23 com 72,558 milhões de euros ganhos na Champions. O máximo do Benfica até esta época eram os 65,4 milhões de euros, ganhos na época época transata, quando também esteve nos quartos de final (eliminado pelo Liverpool).

A equipa de Roger Schmidt viu fugir 12,5 milhões de euros, valor atribuído às equipas que se apuram para as meias-finais.

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O momento

No primeiro quarto de hora, a equipa encarnada foi incapaz criar situações de desequilíbrio no último terço do campo, tão-pouco de chegar à área do Inter com perigo, e, pior do que isso, permitiu que a equipa italiana inaugurasse o marcador aos 14 minutos, por Nicolo Barella, que já tinha marcado na Luz, sentenciado praticamente a eliminatória. Para quem tinha a tarefa árdua de marcar mais dois golos do que o Inter para igualar a eliminatória, sofrer um no primeiro quarto de hora foi um golpe que qualquer equipa não deixaria de acusar.

O melhor

David Neres é um improvisador, um criativo e capaz de ajudar a transformar o jogo ofensivo da equipa. A verdade é que médio brasileiro de 26 anos mexeu com o jogo, aumentando a velocidade na troca de bola e ganhou fluidez na sua dinâmica ofensiva do Benfica.

O Benfica teve o mérito de nunca ter atirado a ‘toalha ao chão’, beneficiando da entrada de jogadores frescos como João Neves e Petar Musa, mas também por nítido relaxamento dos jogadores italianos, que sentiram que a eliminatória estava ganha.

O pior

Otamendi, que acumula falhas nesta ponta final da época depois de ter estado irrepreensível nos primeiros 15 minutos, teve claras responsabilidades no primeiro golo do jogo, não só por ter perdido o duelo direto com Dzeko, como por não ter recorrido à falta para o travar e ‘matar’ o lance logo ali.

Entretanto, um jogador do Benfica dava muito nas vistas em termos negativos, Gilberto, porque cada vez que tocava a bola, era bola perdida para o Inter.

A polémica

Aos 53 minutos, Lautaro Martínez derrubou Aursnes, quando este se preparava para rematar. O médio norueguês levantou imediatamente o braço a pedir grande penalidade, mas o árbitro espanhol Carlos Del Cerro Grande mandou seguir.

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