Este comentário de Dunga decorre do facto dos jogadores brasileiros "não jogarem juntos há algum tempo" e da necessidade de solidez defensiva para que o "talento do jogador brasileiro faça a diferença" no ataque, tanto mais que as oportunidades de golo numa fase final de um Mundial "são poucas".

"Temos de fazer valer o nosso potencial", observou Dunga, na primeira conferência de imprensa na África do Sul, na qual pediu aos jogadores "que arrisquem" porque o que marca a diferença da "canarinha" para as outras selecções "é o talento do futebolista brasileiro".

O seleccionador brasileiro considerou que, num Mundial, "não há favoritos", embora tivesse assinalado que "as selecções dos países que tradicionalmente ganham títulos estão mais perto de os voltar a ganhar", e promete "apenas trabalho" aos adeptos da selecção.

Dunga aludiu ao "clima de alegria" que se vive actualmente no seio da selecção e, à medida que o primeiro jogo (a 15 de Junho frente à Coreia do Norte) se aproxima, admite que "a ansiedade começará a notar-se".

O ex-capitão da "canarinha", que conquistou o Mundial dos Estados Unidos em 1994, recordou "o clima de crítica feroz e a polémica vivida nessa competição" em torno da selecção, "nada comparado" com o que se regista hoje, apesar das críticas que sobre ele têm desabado por parte da imprensa brasileira.

"Quando se vem para um Mundial é para trabalhar", afirmou Dunga, rejeitando os comentários daqueles que o rotulam de “sargento” e que o acusam de transformar o estágio do Brasil num "bunker".

Considera normal que cada adepto tenha os seus jogadores favoritos, tal como os jornalistas, mas à selecção chega "quem tem talento e é competitivo", convicto de que todos os 23 que escolheu "vão demonstrar que chegaram aqui por mérito próprio".

O Brasil irá disputar, antes do início do Mundial, dois jogos amigáveis frente à Tanzânia e ao Zimbabué, duas selecções menores, mas africanas, tendo em conta que a Costa do Marfim é um dos adversários do Grupo G, do qual fazem parte Portugal e a Coreia do Norte.