O antigo futebolista internacional português Luís Figo afirmou hoje que a Espanha foi um justo vencedor do encontro de terça-feira e, sem querer comentar as declarações de Cristiano Ronaldo, enumerou as características que deve ter um “capitão”.

"Para mim, um capitão, independentemente do insucesso ou sucesso, deve sempre defender o grupo, independentemente de sair prejudicado em termos de imagem, e, acima de tudo, deve nos momentos difíceis dar a cara pelo grupo", afirmou o antigo “capitão” da selecção das “quinas”.

Depois da derrota de Portugal nos oitavos de final do Mundial - 1-0 frente à Espanha -, o “capitão” Cristiano Ronaldo afirmou apenas: "Perguntem ao Queiroz".

Hoje, numa acção da fundação com o seu nome, no Centro Social do Menino Deus, Luís Figo considerou que "talvez a quente se possam proferir declarações que não são as mais desejadas", acrescentando: "O Cristiano Ronaldo a mim não me interessa, interessa-me a selecção".

Sobre o jogo, que ditou o afastamento de Portugal do Mundial, Figo referiu que "a Espanha foi um merecido vencedor, foi melhor equipa. Portugal teve desempenho digno, mas não foi suficiente para ganhar e continuar na prova".

Lembrando que já esteve muitas vezes dentro de campo, o mais internacional dos futebolistas portugueses defendeu os jogadores: "Sei que tudo fizeram para conseguir um resultado bom, são os primeiros a sofrer com o insucesso".

Garantindo que estará “sempre com a selecção”, Luís Figo elogiou as prestações do guarda-redes Eduardo e de Fábio Coentrão e a postura defensiva de Portugal, mas não “abriu” o jogo sobre os jogadores que mais o desiludiram.

"Os jogadores a mim não me desiludem, porque eu vivi e fui jogador e sei perfeitamente que tudo fizeram para contribuir para o sucesso de Portugal", disse.

Luís Figo, actual director de relações externas do Inter de Milão, onde trabalhou com José Mourinho, desmentiu a possibilidade de se transferir para o Real Madrid, que na próxima época vai ser orientado pelo técnico português.

No Centro Social do Menino Deus, em Lisboa, o antigo internacional português participou numa acção de apoio ao projecto "A postos para a escola".

Com o apoio da associação Entreajuda, a fundação Luís Figo levou a cabo o projecto “A postos para a escola”, durante o qual foram efectuados rastreios oftálmicos, auditivos e dentários a cerca de 1500 crianças de 55 instituições de solidariedade social no concelho de Lisboa.