Um grupo de jornalistas foi esta madrugada de quarta-feira assaltado com armas o hotel Nutbush Boma Lodge, a cerca de 15 quilómetros do centro de Magaliesburg. Um dos jornalistas esteve mais de hora e meia com uma arma apontada enquanto roubavam todo o material.

“Acordei eram umas cinco da manhã com dois homens no quarto e estive mais de uma hora com armas apontadas à cabeça. Taparam-me com o edredão por cima e vi a morte à frente. Encostaram-me a arma à cabeça ouvi remexer nas coisas, pensei que ficava ali”, disse ao Sapo Desporto o repórter fotográfico da Global Imagens, António Simões.

Neste hotel, localizado “no meio do mato” e reservado pela Cosmos, a agência que trata das viagens dos jornalistas e da Selecção, estão mais jornalistas e neste assalto foram ainda roubados mais dois quartos, do jornalista espanhol da Marca, Miguel Serrano, e do jornalista do Expresso, Rui Gustavo.

A Miguel Serrano foram roubados o passaporte, 3000 euros, telemóveis, computador portátil e toda a sua roupa. A história repetiu-se com o jornalista do Expresso que também se viu sem nada de repente (computador, mochila, máquina fotográfica, passaporte e telemóvel).

Nestes dois casos, no entanto, como não acordaram, não deram conta do assalto.

Miguel Serrano denunciou depois a pouca segurança existente no local e alerta para o facto de a Federação Portuguesa de Futebol ter sido avisada antecipadamente: “O Hotel Nutbush Boma Lodge está em plena selva, a 15 kms da localidade mais próxima. É vigiado apenas por um trabalhador. Já havíamos dito à Federação Portuguesa de Futebol que as instalações deixavam muito a desejar, mas nunca pensámos que isto fosse acontecer”.

O jornalista do Expresso, Rui Gustavo, espera agora que possa mudar para um hotel mais seguro: “Julgo que não vou continuar aqui. Só se for mesmo impossível mudar”.

A polícia está no local e já foi encontrada a acreditação de um dos jornalistas. A polícia está no encalço dos ladrões e ao que consta já identificou a localização de um dos telemóveis roubados.

Os jornalistas recusam-se a manter-se neste hotel e há risco para todos os outros que se encontram alojados nesta zona isolada de Joanesburgo.