“O jogo com a Coreia é para ganhar”. Esta é a ordem dada aos navegadores por Carlos Queiroz. “É um jogo de tudo ou nada para nós e os jogadores têm consciência disso. Todos temos esse sentido de responsabilidade que o jogo com a Coreia é decisivo para a contabilidade do grupo e vamos encará-lo com toda a determinação e objectivo que é ganhar”, disse Carlos Queiroz na conferência de imprensa de antevisão do jogo com a Coreia do Norte. Mas não será tarefa fácil.

O seleccionador nacional desvalorizou o facto da Coreia do Norte ser considerada uma equipa de segundo nível. “Os parentes pobres da competição neste campeonato do Mundo são só no papel porque dentro do campo o diabo está sempre atrás da porta em qualquer jogo e em qualquer momento. Estamos com as 32 melhores equipas do Mundo e com os melhores jogadores e todos com a determinação de fazer o melhor pelos seus países. Nada é fácil”, referiu Carlos Queiroz.

O comandante dos navegadores realçou ainda o facto de os treinadores estarem a jogar pelo seguro nesta fase de grupos. “Não estão (os treinadores) a dar nada a ninguém, perde-se a bola e vai tudo para trás da linha da bola. Ainda não chegou a hora dos jogos mais abertos”, realçou Queiroz.

Sobre o esquema defensivo apresentado pela Coreia do Norte no jogo com o Brasil, Queiroz recorda que “às vezes o caminho mais perto entre dois pontos, quando se tem um muro à frente, é uma linha circular e não esbarrar contra o muro”. De acordo com o seleccionador, os navegadores terão ordens para “jogar com um elevado nível de velocidade e execução que ponha a equipa da Coreia a cometer mais erros do que normalmente faz”.

Carlos Queiroz considerou ainda que o jogo de contra-ataque “é perigoso e venenoso”. E lembra os efeitos psicológicos que os jogadores sofrem quando estão a atacar durante muito tempo e numa única jogada de contra-ataque tudo cai por terra com o adversário a marcar um golo.

No entanto, o seleccionador mostra-se confiante ao jogar na Cidade do Cabo, onde grandes equipas já tiveram maus resultados. “Temos uma história de sucesso aqui no cabo. A história de maior sucesso da vida dos portugueses e dos antepassados foi na altura dos Descobrimentos com a dobragem do Cabo das Tormentas. Estamos aqui a enfrentar os adamastores e dobrar o cabo e por isso espero que amanhã façamos um grande jogo e consigamos vencer”.

Sobre os castigos por acumulação de amarelos, e a pressão sobre Ronaldo, Queiroz diz não estar preocupado “com as faltas sobre o Cristiano”. O seleccionador diz antes estar “com medo de alguma injustiça como aconteceu com o Ronaldo. Tenho a certeza que o que temos de tomar atenção não são às faltas sobre o Ronaldo, mas aos erros desta natureza que não se podem repetir”, disse Queiroz referindo-se ao cartão amarelo mostrado a Cristiano no jogo com a Costa do Marfim.