O sapato foi apresentado por Fernando Loureiro à selecção, quando esta estagiou na Covilhã, tendo sido autografado por todos os jogadores e pelo seleccionador Carlos Queiroz.

A execução manual do sapato pelo operário Fernando Loureiro foi feita na própria casa, em Caramos, Felgueiras, tendo demorado vários meses: "Muitas vezes ia para a cama à uma da manhã por causa do sapato, mas quem trabalha por gosto não cansa”.

O trabalho foi realizado com o apoio da empresa Rilix, onde trabalha o operário há mais de duas décadas.

“Surgiu-me ideia de fazer um sapato de tamanho gigante e dedicá-lo a alguém. Optei pela selecção, porque representa o nosso país”, explicou Fernando Loureiro, lembrando que já tinha feito outro sapato gigante, mas menor do que o da selecção, dedicado ao Benfica.

“Se fizesse agora de outros clubes haveria gente que não gostaria. Assim, decidi dedicá-lo à selecção para todos ficarem contentes”, disse, sorrindo.
Fernando Loureiro, operário de calçado há cerca de 20 anos, assegura que o sapato é igual a todos os outros, só que muito maior e feito à mão.

“Usei os materiais habituais no sapato. É tudo em couro. Tem tudo igual aos sapatos normais, só que é maior”, explicou.

Face ao tamanho do sapato, Fernando Loureiro transportou-o de Felgueiras até à Covilhã no tejadilho do seu automóvel, o que suscitava sempre a curiosidade de quem o via passar.

O momento em que o sapato foi autografado pelos jogadores da selecção será recordado no futuro: "Foi muito difícil, mas consegui mesmo ao fim do dia, mas valeu a pena".

Luís Pereira Mendes, um dos sócios da fábrica de calçado Rilix, onde trabalha Fernando Loureiro, disse à Lusa que a empresa apoiou este projecto desde a primeira hora, porque rapidamente percebeu que poderia ser um meio de promoção da indústria de calçado de Felgueiras.

“Temos a noção de que apoiámos um bom projecto. Aproveitamos este veículo para chamar à atenção de algumas realidades do momento. Espero também que haja o reconhecimento do mérito do seu criador”, acrescentou.