Na África do Sul há uma forte presença portuguesa nos clubes de futebol. Há mesmo alguns clubes de “portugueses” como é o caso do Vasco da Gama, sediado na Cidade do Cabo, que esta época subiu, pela primeira vez, à divisão principal. Mas ao nível de equipas técnicas, a influência lusa também se faz sentir como no caso dos Bid Vest Wits. Rogério de Sá é o treinador desta equipa universitária que terminou a época em 10º lugar da Primeira Liga sul-africana.

O Sapo Desporto visitou o clube, sediado perto de Joanesburgo, para conhecer o trabalho realizado por Roger de Sá durante os quatro anos de liderança dos Bid Vest Wits, e encontrou um clube com uma aposta forte na formação de jovens jogadores.

Sobre o seu futuro enquanto treinador, Rogério de Sá não fecha as portas a um clube europeu e Portugal é um sonho antigo. O treinador não esconde a sua opção pelo Sporting mas do ponto de vista profissional abre a porta a convites de qualquer clube. “O sangue é verde e branco, mas como profissional qualquer equipa”, disse Roger de Sá em entrevista ao Sapo Desporto.

Numa altura em que está próxima a chegada da selecção portuguesa a Joanesburgo, para preparar o Mundial 2010, Roger de Sá, que trabalhou com Carlos Queiroz durante a sua passagem pelos comandos técnicos dos Bafana Bafana, lembra que “Queiroz fez um trabalho foi muito bom e foi muito querido aqui. Fomos a primeira equipa a ser apurada para o campeonato Coreia/Japão e para o CAN. Fez um trabalho base muito bom mas este país é muito complicado, cheio de cicatrizes políticas do passado”. No entanto, acrescenta, “o público sul-africano tem uma estima e um carinho muito grande por Carlos Queiroz”.

A influência lusa neste clube alcança ainda o adjunto de Roger de Sá. Eric Tinkler, sul-africano ex-jogador do Vitória de Setúbal, garante, num português perfeito, que um dia voltará a trabalhar em Portugal. “Passei seis anos em Portugal, quatro deles no Vitória de Setúbal, e ainda vejo na televisão como vão as coisas e sei que não estão fáceis para o Vitória de Setúbal. Todos os anos vou de férias a Portugal para estar com os amigos e espero um dia poder voltar a trabalhar em Portugal”, afirma o ex-jogador.

Roger de Sá sonha em levar os Wits ao topo da tabela sul-africana e, para já, durante o Mundial 2010, a equipa vai estar no mapa do desporto mundial pois será neste terreno que os Bafana Bafana, vão montar a base para preparar o Mundial 2010.