O presidente da consultora Ivity Brand Corp, Carlos Coelho, considerou hoje que a presença no Mundial de futebol de 2014 deve servir para consolidar a imagem de Portugal no Brasil, advertindo que a ausência pode beliscá-la.

«Não é a marca da seleção que sai beliscada, é a marca do país. Há uma direta, mais do que estudada e quantificada, que a presença e a conquista dos campeonatos têm uma influência positiva no Produto Interno Bruto, em números gerais de cerca de um por cento, por causa do consumo», afirmou o presidente da consultora internacional de criação, inovação e gestão de marcas.

No dia em que a equipa das “quinas” defronta a Suécia, na segunda mão do “play-off” de qualificação para o Mundial2014, entrando em campo com uma vantagem de 1-0, conseguida na sexta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, Carlos Coelho destaca a vantagem “estratégica” de disputar um Mundial no Brasil, onde “os portugueses têm de saber estar melhor”.

«É uma ótima oportunidade para melhorar a imagem de Portugal no Brasil, porque não é muito boa. Nós aqui achamos que é, mas não é. Os brasileiros gostam muito de vir cá, mas não gostam dos portugueses lá e temos de aproveitar o Mundial para consolidar a imagem da seleção, mas também a do país», referiu.

O presidente da Ivity Brand Corp recordou os últimos encontros decisivos da seleção lusa para explicar o seu otimismo, justificando-o com a reação e a “raiva” portuguesa nos últimos momentos.

«Eu acho que a qualificação dos portugueses acaba por ser sempre assim, porque só conseguimos reagir quando somos muito, muito pressionados. Não me espantaria que ganhássemos 5-0, que este fosse um jogo de raiva, porque não há mais nada a jogar. Neste caso não me espantaria que Portugal ganhasse por muitos e basta lembrarmo-nos do passado recente, sempre que foi necessário libertar o stress a coisa correu bem», salientou Carlos Coelho.

A «escala enorme» da «visibilidade» de um Campeonato do Mundo do «mais consensual dos desportos», que é o futebol, «apenas superada pelos Jogos Olímpicos», justifica a importância da presença lusa na competição, «alimentada» pela presença do “capitão” da seleção portuguesa.

«Mais polémica ou menos polémica, o mundo acha mesmo que o Cristiano Ronaldo é mesmo o melhor, quanto mais não seja porque o Messi nem sequer está a jogar. Na realidade, o Cristiano Ronaldo é mais bem-parecido do que o Messi, tem todos os tiques de craque. O Messi, eventualmente, é melhor jogador de futebol ou se calhar até nem é. Mas, o mundo que ver jogar o Cristiano Ronaldo e associa-o a Portugal, chegando o nome do país positivamente a mais gente, o que significa mais uns cêntimos de valor aos produtos portugueses, o que se traduz em ganhos reais na economia e quem não quiser ver isso é cego», frisou.

A ausência do Mundial2014 terá como consequência, segundo Carlos Coelho, «a depreciação da própria imagem do país, em função do que podia valorizar, pela exposição de ter o mundo inteiro a ver a competição».