O Brasil, especialmente por jogar em casa, é o principal favorito à vitória no Mundial de futebol de 2014, a conquistar o “hexa”, mas a tarefa será complicada, face, nomeadamente, ao valor de Alemanha, Espanha e Argentina.
Numa prova em que pode pesar muito o fator físico, tendo em conta o que se viu em muitos jogadores no final da época, Portugal e o “Bola de Ouro” Cristiano Ronaldo entram num alargado lote dos “outsiders”, com Holanda, Uruguai, Chile, Colômbia ou Bélgica, sem esquecer Itália, Inglaterra e França.
Sob o comando do técnico que levou a “canarinha” ao penta, o ex-selecionador luso Luiz Felipe Scolari, a formação anfitriã parte na “pole“ para apagar o “Maracanazo”, o desaire com o Uruguai (1-2) que custou o título em 1950.
Sessenta e quatro anos depois, o Brasil chega liderado por Neymar, a “estrela” de um conjunto com outros craques, como o ex-portista Hulk, Oscar ou Willian, e muitos jogadores experientes, como Júlio Cesar, Dani Alves, Thiago Silva, Marcelo, Fred ou os ex-benfiquistas David Luiz e Ramires.
Scolari não tem as mesmas “armas” de 2002, jogadores como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Roberto Carlos, mas o coletivo mostrou ser forte na Taça das Confederações, em 2013, que os “canarinhos” conquistaram de forma convincente.
A tradição, segunda a qual só seleções sul-americanas vencem no continente americano (1930, 50, 62, 70, 78, 86 e 94), também joga a favor dos brasileiros, que, a ser assim, teriam na Argentina a principal rival.
Com um ataque poderosíssimo, com Higuain, Aguero ou Di Maria, a formação “albiceleste” vive muito de Lionel Messi, que, ao seu melhor nível, pode, perfeitamente, repetir o feito de Diego Armando Maradona, em 1986.
Depois de uma época complicada, a pior (mesmo com 43 golos, em 48 jogos) desde que chegou ao “topo do Mundo”, a forma do jogador do Barcelona está, porém, envolta em interrogações e isso pode fazer toda a diferença.
Mais coletivas, a Espanha, detentora do cetro e bicampeã europeia em título, e a Alemanha, semifinalista em 2010, 2006 e finalista em 2002, são as principais candidatas a acabar com o monopólio sul-americano em “casa”.
Os espanhóis não parecem ao nível do que apresentaram para vencer as três últimas grandes competições, sobretudo pelo abaixamento do Barcelona, o “fim” do “tiki-taka”, mas podem ter em Diego Costa um “reforço” importante, embora o avançado esteja ainda em dúvida.
Pelo contrário, os alemães estão iguais a si próprios e, sem grandes contrariedades físicas, podem mesmo ser o conjunto mais forte, tanta a qualidade, de Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Kroos, Götze, Draxler, Reus, Podolski, Özil, Müller ou Klose, o veterano que pode tornar-se o melhor marcador dos mundiais.
A Europa apresenta outros conjuntos de enorme qualidade, como a “vice” Holanda, de Robben, Van Persie e Sneijder, Portugal, liderado por Cristiano Ronaldo, o melhor do mundo, ou os históricos Inglaterra, ainda de Rooney, Lampard e Gerrard, e Itália, do “louco” Balotelli.
A nova “coqueluche” do “velho continente” é a Bélgica, que tem tudo para voltar a ser uma das “grandes”, com uma série de “craques”, como Hazard, Lukaku, Witsel, Fellaini, De Bruyne, Vermaelen, Kompany ou Courtois.
Com a vantagem de atuaram no seu continente, o Uruguai, sobretudo se tiver Luis Suarez ao seu melhor, e a Colômbia, nomeadamente conseguindo recuperar Falcao, também podem surpreender, tal como Chile, de Alexis e Vidal, e até o Equador, de José António Valência e Caicedo.
Os conjuntos de África, Ásia, América do Norte, Central e Caraíbas e Oceânia estão “condenados” a uma posição secundária, sendo que as africanas Costa do Marfim, de Didier Drogba, Nigéria e Argélia parecem ser as que têm mais possibilidades de passar a primeira fase.
O Mundial2014 realiza-se de 12 de junho a 13 de julho, em 12 cidades e outros tantos estádios, com as equipas inicialmente divididas em oito grupos de quatro. Passam os dois primeiros de cada e, depois, é sempre a eliminar, com os desempates a ser feitos em prolongamento e penáltis.