A FTI Consulting advertiu esta quarta-feira sobre os elevados índices de criminalidade no Brasil, a menos de dois meses do Mundial de futebol no país, no índice 2014 sobre a segurança na América Latina, divulgado pela empresa de consultadoria.
De acordo com o documento, “o Governo de Dilma Rousseff enfrenta taxas de insegurança pública persistentemente altas nas vésperas do Mundial de futebol e das eleições presidenciais” de outubro.
O texto indicou ainda que esta subida na criminalidade ocorre, apesar de o Governo brasileiro ter “investido uma quantidade de recursos para melhorar os níveis de segurança pública”.
O documento referiu que “os índices de criminalidade pioraram em São Paulo (cidade sede do Mundial de futebol) e no Nordeste (que abriga cidades sede), estabilizando-se no Rio de Janeiro”, que acolhe a final do Mundial de futebol, a 13 de julho.
Se a situação não mudar, eleitores, adeptos e desportistas deverão enfrentar “taxas de insegurança pública persistentemente altas e a ameaça que representa a rivalidade entre os grupos criminosos brasileiros mais ativos, o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC)”.
No que diz respeito ao conjunto da América Latina, a FTI Consulting sublinhou que a região teve um forte crescimento económico que tem levado a uma maior integração, um maior compromisso com os grupos sociais mais fracos e com políticas de governo mais democráticas.
No entanto, a consultora recomenda atacar os problemas do crime organizado, branqueamento de dinheiro e tráfico de droga, que tem especial incidência em áreas do México e da América Central, cujos efeitos define como "altamente corrosivos" para a competitividade da região.
O Índice de Segurança na América Latina da FTI Consulting, que é publicado desde 2007, analisa os níveis de segurança pública nos países da América Latina e Caraíbas, destinado especialmente às empresas.
O objetivo principal do índice é que os interessados em manter relações comerciais ou económicas com os países latino-americanos possam minimizar os riscos potenciais relacionados com a segurança na região.
O índice estabelece uma escala de um a cinco, em que o número um representa países seguros e o número cinco representa países perigosos.
O Brasil – acompanhado de Colômbia, Bolívia, entre outros - recebeu quatro como pontuação, mas países como a Venezuela, Honduras, Guatemala, El Salvador, Argentina e Paraguai tiveram cinco.
Panamá e Chile tiveram a pontuação mais baixa atribuída no ranking (dois).
O ranking é elaborado com base em dados dos Governos, dos meios de comunicação, de organizações não-governamentais (ONG) e de organizações multilaterais.