O Brasil tem um plano de emergência para a possibilidade de existirem greves nos transportes ou protestos durante o Mundial2014 de futebol, garantiu hoje o secretário-executivo do ministério do Desporto do país, Luís Fernandes.
"Temos planos de contingência para cobrir qualquer tipo de emergência, incluindo questões de segurança e mobilidade, mas que só serão usados se necessário", disse Fernandes, em teleconferência com a imprensa estrangeira.
O secretário-executivo do ministério realçou que a Constituição brasileira garante o direito a greves e protestos que respeitem a lei, mas que atos ilegais, violência e vandalismo serão punidos.
De acordo com o responsável, as cidades-sedes vão estar preparadas para impedir que eventuais problemas nos transportes e manifestações não afetem a chegada aos estádios.
"É natural que os sindicatos e outras associações vejam no Mundial uma alternativa para suas reivindicações ganhem impacto global, como acontece em qualquer evento de grandes proporções", disse Fernandes, acrescentando não há preocupação com o que pode acontecer, mas orgulho e esperança em organizar bem o evento.
Na última semana, o governo brasileiro anunciou um plano de segurança com um custo de 1,9 mil milhões de reais (625 milhões de euros). Ao todo, 157 mil agentes serão responsáveis pela segurança no Mundial2014, entre Forças Armadas e polícias civil e militar.
Haverá centros de comando de segurança em todas as 12 cidades-sedes do evento, além de um comando nacional, tendo sido disponibilizados 24 aviões supertucanos, dez caças, três aviões-radares, 11 helicópteros, além de 29 aeronaves de apoio.
O secretário-executivo do Ministério do Desporto afirmou ainda acreditar que a população brasileira irá apoiar a seleção “canarinha”, apesar das frequentes demonstrações de descontentamento nos protestos.
“Não estamos felizes com todos os prazos. Seria melhor que todos os estádios tivessem sido entregues em dezembro, mas tudo será entregue com a qualidade necessária para o evento”, afiançou.
Questionado sobre o que mudaria na preparação do evento, Fernandes afirmou que tentaria que existisse uma melhor ligação entre o comité nacional e os comités regionais e que apostaria numa melhor comunicação para a população sobre os benefícios que o Mundial traz para o país.
"Há investimentos em infraestruturas que não são essenciais para a Copa, mas que o governo antecipou. Eles são entendidos como algo feito para o evento, mas não são, ficarão de legado para o país", acrescentou.
Segundo Fernandes, as decisões do governo para os planos de mobilidade, aeroportos, telecomunicações, infraestruturas e segurança foram autónomas, feitas sem imposições da FIFA.