O português Armindo Dias, 82 anos, nunca viu a seleção portuguesa de futebol jogar ou treinar sem ser através da televisão, mas será compensado quando receber os selecionados na sua unidade hoteleira, em Campinas, durante o Mundial2014.

«Vivo há 57 anos no Brasil, mas a saudade de Portugal mantém-se. Vai ser uma alegria grande ver os jogadores pessoalmente pela primeira vez», disse Armindo Dias, que acrescentou que pretende também assistir a alguns treinos da equipa.

Já as partidas do Mundial, disse que manterá a tradição de acompanhar pela televisão, justificando na distância entre Campinas, no interior de São Paulo, e as cidades que albergarão os confrontos de Portugal na primeira fase da prova: Salvador, Brasília e Manaus. Os voos entre os municípios duram aproximadamente duas horas.

Armindo Dias nasceu na região de Coimbra e mudou-se para o Brasil, a princípio, para trabalhar como representante da Lacta, na Baía. Dois anos depois, viajou para São Paulo e acabou em Campinas, onde comprou a fábrica de biscoitos Triunfo, que liderou até vendê-la ao grupo francês Danone.

Atualmente, trabalha com concessionárias de carro e no ramo hoteleiro. O empresário realça que o Royal Palm Plaza Resort Campinas possui mais de 500 apartamentos e uma boa estrutura, com salas de reunião, área de lazer, diferentes opções de gastronomia e um campo de futebol.

Há diárias no "resort" a partir de 700 reais (218 euros), segundo informação na sua página na internet, mas não foi divulgado o preço feito para a comitiva portuguesa. A seleção lusa ficará alojada no The Palms, um hotel  reservado dentro do complexo do "resort", com 116 apartamentos, que possibilitará aos jogadores descansar "com privacidade", segundo o empresário.

Armindo Dias afirmou ainda confiar tanto na receção que a comunidade  luso-brasileira fará à equipa como na estrutura preparada pelo governo municipal.

«Campinas não é uma cidade conhecida no exterior , mas é importante para o Estado de São Paulo, tem um alto PIB [Produto Interno Bruto], e todos aqui vão fazer o melhor que puderem», disse.

O empresário só vacila ao revelar qual a equipa que vai apoiar, se Brasil ou Portugal.

«Vou torcer para os dois, e que ganhe quem jogar melhor, ou quem tiver mais sorte, porque o futebol tem dessas coisas», concluiu.