A seleção empatou a dois golos com os Estados Unidos e complicou muito as suas contas. Nani (5') e Varela (90+5) marcaram para Portugal, já Jones (64') e Dempsey (81') marcaram para os EUA.

Ou ganhávamos ou fazíamos as malas. Foram estas as palavras do selecionador português antes do encontro. E Portugal optou por começar a arrumar os seus pertences. Os Estados Unidos da América deram uma valente ajuda nessa decisão ao empatarem o encontro.

A seleção ainda pode passar à próxima fase, mas as contas são muito complicadas e as probabilidades muito baixas.

Num país de tanta fé, os portugueses eram os primeiros a acreditar na bancada. E a crença depressa se materializou em algo palpável, através dos pés de Nani. Aos cinco minutos, o extremo fazia o primeiro golo da seleção nesta prova, e fazia sorrir, pela primeira vez, portugueses e brasileiros na bancada.

Mas não basta acreditar, é preciso que ter força, ter garra e a seleção não teve em muitos momentos. Estavam jogados os primeiros minutos, e a seleção apresentava um ritmo baixo, como se o jogo já estivesse muito adiantado. Aos quinze minutos já Hélder Postiga saía lesionado para lugar a Éder.

A seleção americana corria, o meio campo de Portugal tentava. E o resultado eram remates e mais remates à baliza de Beto. A defensiva portuguesa foi aguentando, e de quando em vez, lá na frente, um fogacho dava conta de que estavámos vivos. É verdade que Tim Howard foi sempre um gigante entre os postes, e até travou um remate de Nani, embatendo a bola no poste, e depois de Éder. Tudo na final da primeira parte.

Portugal aguentou a vantagem, mas sobre o intervalo já havia mais um lesionado. Desta vez foi André Almeida a queixar-se, e teve de entrar William Carvalho para o meio-campo, sendo Miguel Veloso deslocado para a lateral.

Na segunda parte esperávamos mais atitude, mais querer. Mas mais uma vez a vontade por si só não chega, e o físico voltou a não ajudar.

Os americanos viam isso e acreditavam cada vez. Até que Jones rematou de fora da área, marcou golo, e fez perceber aos seus colegas que este Portugal não metia tanto medo como pensavam.

Do empate ao golo da reviravolta foram 16 minutos. Nesse período, Portugal atacou, ameaçou, mas sempre em esforço. Nem a entrada de Varela ajudou para resolver o que parecia tão complicado de resolver.

Até que apareceu Dempsey (81') e o segundo golo dos Estados Unidos. Os jogadores portugueses caíram de pronto no relvado. Não queriam acreditar neste pesadelo, mas ele era bem real.

Houve coração até final, e ainda houve um golo de Varela como que a deixar-nos ligados à máquina. Respiramos com dificuldade mas respiramos. Só que agora dependemos de tudo e todos.

Resta uma semana dolorosa e um jogo com o Gana onde a seleção só poderá querer deixar uma melhor imagem do que aquela que tem deixado por este Brasil, que tanto a tem apoiado.