A FIFA reagiu com desapontamento à decisão do Tribunal Europeu de Justiça em permitir que todos os estados membros da União Europeia tenham direito aos jogos do Mundial em sinal aberto.

«O conceito de impor a cobertura livre de todos os 64 jogos do Mundial de futebol da FIFA distorce o mercado dos media e tem um impacto negativo na capacidade da FIFA de dar novos produtos aos adeptos de futebol», salienta o organismo.

No mesmo comunicado, salienta que essa distorção afeta a capacidade de gerar fundos, redistribuídos em toda a pirâmide do futebol, no seu «desenvolvimento», no suporte às suas 209 associações e que diz serem «vitais» em projetos humanitários.

As conclusões do tribunal levam a FIFA a recordar que já existe sinal aberto para os telespetadores no que diz respeito aos jogos dos seus países, jogo de abertura, meias-finais e final do Mundial, que totalizam, no mínimo, 22 jogos nessa base.

«A FIFA estabeleceu políticas, como as detalhadas acima, que garantem um poderoso acesso a jogos de importância nacional», diz o comunicado.

Na nota é deixada também uma recomendação por parte do organismo que gere o futebol mundial: «A paisagem dos media e a forma como o consumidor acede à cobertura desportiva está em constante mudança e requer uma regulação menos restritiva».

A reação surge depois da decisão do Tribunal Europeu de Justiça não só para os jogos do Mundial, mas também dos Europeus de futebol.

O Tribunal de Justiça segue a recomendação do Procurador-Geral e recorda que a diretiva televisiva permite aos Estados proibirem a transmissão exclusiva de eventos que podem ser de interesse público para o seu país, não podendo privar o público de acompanhar esses eventos numa televisão de canal aberto.

A controvérsia decorreu da decisão da Comissão Europeia (CE) ter aprovado as listas da Bélgica e do Reino Unido, que consideraram os jogos do Campeonato do Mundo e do Europeu de futebol como eventos de grande interesse para as suas sociedades.

Na lista belga surgem, entre outros, todos os jogos da fase final do Mundial, enquanto na lista do Reino Unido estão os jogos da fase final do Mundial e do Europeu, entre outros eventos.

A FIFA e a UEFA recorreram para o Tribunal de Justiça da primeira decisão do Tribunal Geral, que considerou que nem todos os jogos mereciam a classificação de eventos de grande importância para o público nesses dois países.