A França é o “colosso” a que Portugal procura escapar no sorteio dos “play-offs” de qualificação para a fase final do Mundial2014, atendendo à perspetiva histórica, à qualidade da equipa francesa e ao peso institucional.
Se o sorteio, que se vai realizar na segunda-feira, em Zurique, tem o seu “lado negro”, pode também sorrir à seleção portuguesa, caso coloque a Islândia no caminho da equipa orientada por Paulo Bento, sendo Suécia e Roménia “males menores”, ainda que os escandinavos possam ser mais problemáticos.
Campeã do Mundo, em 1998, e bicampeã europeia, em 1984 e 2000, a seleção gaulesa já afastou Portugal em três meias-finais, rumo aos seus cetros europeus, com elevada dose de dramatismo, e também à final do Mundial de 2006.
Com estatuto de cabeça de série, seria previsível que Portugal não se visse na iminência de defrontar um adversário tão poderoso e Paulo Bento não desdenharia a possibilidade de medir forças com qualquer dos restantes pré-designados: a Grécia, treinada por Fernando Santos, a Croácia e a Ucrânia.
Tal como Portugal, os “bleus” terminaram no segundo lugar do seu grupo de qualificação, mas com uma diferença significativa, pois enquanto a equipa das “quinas” acabou atrás de uma pouco impressionante seleção da Rússia, a França foi batida pela Espanha, campeã mundial e bicampeã europeia em exercício.
Se Cristiano Ronaldo é omnipresente sempre que se fala da seleção nacional, o avançado Franck Ribéry, designado pela UEFA melhor futebolista a atuar na Europa na época passada, é a figura de proa da representação francesa, que tem numa segunda linha outros grandes jogadores, como Nasri, Benzema e Giroud.
Na Suécia, teoricamente a segunda equipa mais forte entre os possíveis adversários lusos, sobressai o avançado Zlatan Ibrahimovic, mas o “mago” não está tão bem acompanhado quanto Ribéry e talvez por isso a equipa escandinava não ofereceu grande réplica à Alemanha durante a fase de qualificação.
A seleção nacional apresenta também um saldo negativo nos confrontos com a Suécia, que não perdeu nenhum dos sete jogos disputados em Portugal, mas foi precisamente à custa dos nórdicos que conquistou os apuramentos para os Mundiais de 1986, no México, e 2010, na África do Sul.
À Roménia, frente à qual Portugal está em vantagem nos confrontos diretos, também nunca foram consentidas expectativas de qualificação direta por parte da Holanda, e foi necessário esperar pelo último jogo para confirmar a presença nas eliminatórias – valeu-lhe a derrota da Turquia na receção à formação “laranja”.
As duas vitórias nos únicos embates com a Islândia, na qualificação para o Europeu de 2012, abrem boas perspetivas na corrida ao Campeonato do Mundo do Brasil, caso sejam sorteados os nórdicos, que também tiveram de esperar pela última partida para se manter em prova, num agrupamento dominado pela Suíça.
Os islandeses são a equipa que mais se aproxima do valor da já apurada Bósnia-Herzegovina, adversária de Portugal nos “play-offs” de acesso às duas últimas grandes competições internacionais, o Mundial de 2010 e o Europeu de 2012.
O sorteio dos “play-offs” da zona europeia de qualificação para a fase final do Campeonato do Mundo de 2014 realiza-se na segunda-feira, na cidade suíça de Zurique, com início às 14:00 locais (13:00 em Lisboa), estando os jogos agendados para 15 e 19 de novembro – a sorte também determinará a ordem dos jogos.