O governo brasileiro anunciou esta sexta-feira que quer dialogar com as organizações sociais que desde junho têm vindo a promover protestos, com vista a evitar atos de violência durante eventuais manifestações durante o Mundial de futebol de 2014.
O ministro da Secretaria-Geral da presidência do Brasil, Gilberto Carvalho, declarou hoje que o governo «vai trabalhar em conjunto com os movimentos sociais nas [cidades] sedes do Mundial 2014 para evitar protestos violentos».
O mesmo responsável garantiu que a primeira intenção do executivo brasileiro é a de que a população tenha menos motivos para protestar e sugeriu que «os movimentos sociais podem contribuir, por exemplo, nas negociações de recolocação das famílias desalojadas por causa das obras» relacionadas com os estádios onde decorrerão os jogos.
«Os protestos são naturais, podem ocorrer e, caso ocorram, não surpreenderão o Governo. Mas o problema é quando há violência e quando se interfere nos direitos das outras pessoas», disse Gilberto Carvalho.
O ministro admitiu, no entanto, que caso não seja possível evitar as manifestações violentas, as autoridades brasileiras usarão da força para evitar que os manifestantes «violem o direito» de livre circulação da população.
O Mundial de Futebol de 2014, no Brasil, começa a 12 de junho e termina a 13 de julho.
Entre 15 e 30 de junho deste ano, o Brasil acolheu a Taça das Confederações em futebol. A prova foi disputada durante as manifestações populares, muitas delas violentas, que se intensificaram uma semana antes do torneio, inicialmente por descontentamento com o aumento dos preços dos transportes públicos em São Paulo e, depois, por outras reivindicações sociais noutras cidades.
A cúpula da FIFA já admitiu que a organização do Mundial2014 no Brasil esteve «tecnicamente em risco». Caso a Taça das Confederações não tivesse decorrido até ao final devido aos protestos, poderia não haver Mundial no Brasil, admitiu recentemente o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke.