Nunca como em 2013 o futebol mineiro teve tantas razões para sorrir. O ‘Mineirão’ renasceu das cinzas das obras - sendo o segundo estádio do Mundial 2014 a ficar pronto -, o Atlético Mineiro conquistou a Taça Libertadores e o Cruzeiro de Belo Horizonte quebrou um jejum de dez anos para se sagrar campeão do Brasil.

Foi o ano perfeito para a projeção de Minas Gerais no futebol canarinho. E tudo começou com a segunda vida do estádio Governador Magalhães Pinto, o nome oficial do Mineirão. Inaugurado originalmente a 5 de setembro de 1965, com um jogo entre a seleção mineira e os argentinos do River Plate (1-0, golo de Buglê), o recinto fechou as portas em 2010 para a sua remodelação com vista ao próximo Campeonato do Mundo.

Cerca de 209 milhões de euros e quase três anos depois, a casa do futebol mineiro voltou ao ativo. O primeiro evento oficial, a 21 de dezembro de 2012, contou com a presença da presidente Dilma Roussef e um espetáculo da banda Jota Quest; porém, a “verdadeira” inauguração, aquela que todos os adeptos esperavam, só se realizou a 3 de fevereiro de 2013, com um jogo entre os rivais mineiros Cruzeiro e Atlético. Perante 59968 pessoas, o Cruzeiro venceu por 2-1, com Anselmo Ramón a assinar o primeiro golo na história do renovado Mineirão.

Poucos meses depois foi a vez de acolher três desafios da Taça das Confederações, “apadrinhando” a passagem do Brasil à final da prova com o triunfo sobre o Uruguai, por 2-1. Os canarinhos venceriam posteriormente a Espanha, campeã da Europa e do Mundo, no Maracanã.

A um jogo feliz seguiu-se outro histórico na ainda curta história do “novo” Mineirão. No dia 24 de julho, o Atlético Mineiro recebeu os paraguaios do Olímpia para a segunda mão da final da Taça Libertadores. Apesar da desvantagem de dois golos sofrida na primeira mão, a equipa liderada pelo experiente Ronaldinho Gaúcho anulou-a com um triunfo por 2-0 e uma eficácia demolidora no desempate pelas grandes penalidades (4-3).

A antiga estrela do PSG, Barcelona e AC Milan foi fundamental na campanha da sua equipa, que venceu pela primeira vez o troféu diante de um adversário que jogava a sua sétima final. No entanto, a magia de Ronaldinho foi bem apoiada pela eficácia do avançado Jô, que se sagrou o melhor marcador do torneio, com sete golos, e pela classe de Diego Tardelli e Bernard.

O ano de ouro do Mineirão só ficaria completo já na reta final de 2013, com o título do Cruzeiro de Belo Horizonte. Um longo jejum de uma década terminou a 13 de novembro com uma festa antecipada da formação treinada por Marcelo Oliveira. Desde 2003, com o benfiquista Luisão nesse plantel, que o Cruzeiro não se sagrava campeão brasileiro. Curiosamente, o título conquistado coincide com o primeiro dos 25 anos com que o clube se comprometeu a utilizar o estádio. Sem dúvida, um bom augúrio para o futuro do futebol mineiro.