A Bulgária é o destaque de mais uma história do capítulo 17 da rubrica "Um Oceano de Histórias".

Esta seleção não é nem nunca foi uma potência do futebol mundial. Este juízo de valor é não só sustentado pelo atual 76º lugar dos búlgaros no ranking da FIFA, mas também pela ausência de grandes campanhas desta equipa ao longo da história dos Campeonatos do Mundo.

Com efeito, se há um feito histórico da Bulgária é um feito histórico negativo. Como os números não mentem, diz a história que esta nação detém o recorde de mais jogos sem somar qualquer vitória nos Mundiais. Ao todo foram 17 partidas entre 1962 e 1994. Ou seja, um amargo jejum de 32 anos.

Curiosamente, esta marcha negativa até acaba por denegrir uma notável regularidade da Bulgária, que durante esse período apenas falhou as edições de 1978, na Argentina, 1982, em Espanha, e 1990, em Itália.

O “calvário” começou a desenhar-se contra a Argentina, a 30 de maio de 1962, na cidade de Rancagua, no Chile. O desaire por 1-0, com um golo de Facundo, abriu caminho para um percurso de 11 derrotas e seis empates nos 32 anos que se seguiram.

Ao longo deste penoso trajeto até houve repetentes na “gracinha”, como a Argentina – que venceu nesse jogo de 1962 e em 1986 (2-0) – ou a Hungria, que impôs derrotas igualmente em 1962 (6-1) e 1966 (3-1). E nem Portugal faltou à festa, com o triunfo no Mundial dos “Magriços”, em 1966, ao bater os búlgaros por 3-0. Estava a Bulgária ainda longe de imaginar que esse desaire seria apenas o quinto da longa série de 17 que iria completar.

O ponto final desta tragédia búlgara só aconteceu em 1994, no Mundial disputado nos Estados Unidos da América, naquela que era a melhor geração de sempre do país. Nomes como Stoichkov, Balakov, Kostadinov, Iordanov, Ivanov ou Letchkov prometiam fazer mais do que os antecessores. E assim foi.

Depois da 17ª e última derrota com a Nigéria (3-0) no jogo de abertura do grupo D, os búlgaros vingaram-se com estrondo na Grécia. Uma goleada por 4-0, com golos de Stoichkov (2), Letchkov e Borimirov, encerrou esse capítulo negro da história da sua seleção e marcou o início da sua melhor participação de sempre.

A Bulgária só seria travada nas meias-finais pela Itália, depois de ter deixado pelo caminho o México e os campeões do Mundo em título, a Alemanha. No epílogo dessa campanha, a seleção búlgara saiu derrotada no jogo do 3º e 4º lugar diante da Suécia. Como prémio de consolação, o país viu o seu craque Hristo Stoichkov sagrar-se o melhor marcador do torneio, com seis golos.

Veja esta e outras histórias no "Oceano de Histórias", a rubrica que o vai levar até ao Mundial 2014. 

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