O Comité Popular para o Mundial e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro realiza, como forma de protesto, uma "Copa Popular", com equipas de moradores das comunidades afetadas por políticas de expropriações ligadas aos dois megaeventos desportivos.

Os jogos "paralelos" contam com 18 grupos, dos quais oito já se enfrentaram numa primeira ronda, realizada no morro Dona Marta, uma das principais favelas cariocas, localizada no bairro de Botafogo.

A brincadeira é uma forma lúdica de reunir as pessoas que vivem em locais que sofreram de alguma forma com as estratégias de expropriação ou ocupação militar feitas em função dos dois eventos desportivos, e serve como um protesto pacífico contra o Mundial, que começa no próximo dia 12.

A próxima ronda de jogos ocorrerá no dia 25 deste mês, no morro do Salgueiro, e a previsão é de que a final seja disputada uma semana antes do início oficial do Mundial.

Segundo os membros do Comitê Popular, serão feitos ainda outros dois grandes atos de protestos no dia da abertura oficial dos jogos, em São Paulo, e no dia da final, que ocorrerá no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, a 13 de julho.

"Não somos contra a Copa [Mundial] em si, somos contra a Copa da forma como ela está sendo feita, que só beneficia os grandes empresários", ressaltou Mário Campagnane, um dos membros do Comitê Popular do Rio de Janeiro, que luta pelo fim das expropriações.

Os organizadores argumentam que as políticas de expropriação realizadas em comunidades como Vila Autódromo - para a execução do projeto do Parque Olímpico - ou ainda a comunidade Metrô Mangueira - para a construção de um estacionamento próximo do estádio do Maracanã - estão a ser feitas "de forma perversa", com pressão moral sobre os moradores que não aceitam sair livremente.

"Na Vila Autódromo há separação de famílias, os assistentes sociais da Prefeitura tentam atrair as crianças, mostrando fotos da área de lazer do complexo habitacional que estão a oferecer, e geram divisões na família", observam.

Na maior parte dos casos, é oferecido aos moradores deslocados um apartamento que integra o programa habitacional do governo chamado "Minha Casa, Minha Vida", normalmente localizados na zona oeste da cidade, distante dos centros de trabalho dessas pessoas e em áreas ainda pouco urbanizadas.

Em algumas situações, o problema está no fato de que o tamanho e número de habitações oferecidos no novo local não equivalem ao que os moradores possuíam. Outro problema seria a qualidade do material utilizado nas obras, que tem apresentado sinais precoces de degradação.

Em algumas situações, a Prefeitura oferece uma indemnização pela casa e terreno, cujo valor tem sido contestado pelos moradores na Justiça, alguns recebendo parecer favorável.

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