A Holanda está nas meias-finais do Mundial2014, depois de bater a Costa Rica na marcação das grandes penalidades (4-3). Keylor Navas foi herói durante 120 minutos, mas o guardião holandês Tim Krul garantiu a passagem às “meias”. A Costa Rica quase voltou a fazer história e deixa o Brasil de cabeça erguida.

A Holanda apostou num onze ofensivo, com o extremo de 20 anos Memphis Depay a ocupar o lugar do lesionado Nigel De Jong, mas apresentou desde cedo um futebol pouco eficaz. Com as linhas defensivas muito subidas no terreno, a “Laranja Mecânica” ia ameaçando, mas entre a ameaça e a concretização havia uma grande distância. Uma defesa costa-riquenha bem organizada e liderada por um Keylor Navas de sonho mantinha os holandeses longe do golo.

Foi preciso esperar até aos 21 minutos para ver o primeiro lance de perigo em Salvador da Bahia. Uma excelente jogada da seleção holandesa culminou num remate de Van Persie à boca da baliza, mas o capitão holandês permitiu a defesa de Keylor Navas. A recarga de Sneijder foi fraca e o guardião costa-riquenho segurou com tranquilidade. Navas voltou a puxar dos galões oito minutos depois, ao negar o golo a Depay com o pé direito. Mais dois excelentes momentos do costa-riquenho, um dos guarda-redes em maior destaque neste Mundial.

E como não há duas sem três (nem quatro, nem cinco...), Keylor Navas voltou a salvar a Costa Rica aos 38 minutos. Sneijder bate um pontapé de livre em força ao canto superior esquerdo mas o Super Navas voa para desviar a bola para canto. Quatro minutos depois, o “Tico” rouba a bola aos pés de Van Persie, que se preparava para inaugurar o marcador.

O nulo manteve-se até ao intervalo e persistiu até ao final do tempo regulamentar. A Costa Rica entrou melhor no segundo tempo e reclamou uma grande penalidade aos 60 minutos depois de uma alegada falta de Martins Indi sobre Joel Campbell, mas o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov nada assinalou. Não parece haver infração do defesa natural do Barreiro, mas os “Ticos” não ficaram satisfeitos.

Já a “Laranja” mostrava-se muito pouco mecânica no arranque do segundo tempo. Com um jogo ofensivo lento e de pólvora seca, os holandeses só começaram a assustar Navas com um cabeceamento de Ron Vlaar por cima da baliza aos 74’, após livre de Sneijder. Jeremain Lens cabeceou para mais uma grande defesa do intransponível guardião dos “Ticos”, mas estava em posição irregular.

Aos 81 minutos, Sneijder bate um livre forte e colocado, mas o poste da baliza costa-riquenha salva o golo. Logo depois, Van Persie surge em boa posição para finalizar mas, para não variar, Keylor Navas faz mais uma grande defesa. O guarda-redes tem sido apontado a FC Porto e Benfica neste defeso, mas depois desta exibição vai ser preciso abrir os cordões à bolsa para garantir a transferência. Os dez milhões de euros da cláusula de rescisão parecem já um saldo de Verão.

Quando o relógio já marcava 90+2’, a Holanda ficou muito perto de matar o jogo. Van Persie atirou à queima-roupa depois de muita confusão na grande área costa-riquenha mas, como que por milagre, Tejeda desviou para a trave e forçou o prolongamento.

O Super Navas voltou a brilhar logo no arranque do prolongamento, com mais um grande desvio após cabeceamento de Vlaar. A extraordinária exibição do guarda-redes da Costa Rica inspirou os “Ticos”, que quase chocavam a Holanda em definitivo aos 115 minutos. Ureña faz um grande arranque e atira para a primeira intervenção decisiva do guarda-redes holandês Cillessen. Logo depois, Sneijder atira à trave com Navas batido, a confirmar um prolongamento sem golos mas rico em emoções.

Louis Van Gaal apresentou uma surpresa nas grandes penalidades, ao substituir os guarda-redes (Krul rendeu Cillessen), e acertou “na mouche”. Tim Krul defendeu duas grandes penalidades e pôs fim ao sonho legítimo de uma Costa Rica que mais uma vez se assumiu como uma das sensações do Campeonato do Mundo.