O vice-treinador da seleção timorense considerou hoje que o fator casa pode ajudar a equipa a derrotar na quinta-feira a congénere da Palestina, em jogo do grupo A de qualificação para o Mundial de 2018.

Em declarações à Lusa, na véspera do encontro, Filomeno Fernandes, vice-treinador da seleção timorense, manifestou-se otimista sobre o encontro, referindo que há muito interesse em Timor-Leste na qualificação para o Mundial.

"Em casa, podemos ter mais apoio, e estamos entusiasmados que possa correr bem", afirmou.

"Acreditamos nos nossos jogadores que estão contentes de poder jogar no seu campo. E jogos como estes também são bons para estimular o processo de criação de uma liga profissional em Timor-Leste", afirmou.

Timor-Leste e a Palestina integram, com a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU) e a Malásia o grupo A da segunda ronda de qualificação para o Mundial de 2018.

Os EAU lideram o grupo, com sete pontos em três jogos, à frente da Arábia Saudita, que tem seis pontos mas menos um jogo, seguindo-se a Palestina com quatro pontos em três jogos e Timor-Leste e a Malásia com um ponto cada e vantagem dos timorenses pela diferença de golos.

Filomeno Fernandes disse que a equipa tem estado "em preparações intensas" aproveitando a participação de jogadores com experiências internacional.

"A nossa maior preocupação é a exigência da FIFA de que o público tem que estar sentado a ver o jogo. Mas nós não temos bancadas para todos. Temos que respeitar o critério mas pode ser mau para os timorenses", disse.

Abdal Nasser Barakat, treinador da seleção da Palestina, disse à Lusa que a seleção timorense "é muito boa", apesar do seu ranking, mostrando grandes capacidades de ser "muito melhor ainda no futuro".

"Vimo-los a jogar nos últimos encontros. São uma boa equipa. Têm muito bons jogadores profissionais, que jogam fora de Timor, nos Emirados, na Tailândia e no Brasil, e isso dá-lhes experiência", afirmou.

"Mas também os queremos apoiar. Este é o primeiro jogo no seu campo. Queremos dar os parabéns a Timor e agradecer a sua hospitalidade, que tem sido muito boa", acrescentou.

Sobre as aspirações da sua própria seleção, o treinador palestiniano disse que a equipa também enfrenta dificuldades mas "é dura" e capaz de ultrapassar obstáculos.

Questionado sobre a polémica causada pela posição da Arábia Saudita, que se recusa a ir jogar à Palestina, no âmbito desta ronda de qualificação, o treinador disse que é "um direito" dos palestinianos.

"Cada equipa tem a sua posição e esta é a nossa. Todos querem poder jogar em casa, porque isso dá vantagem, e nós também. Queremos jogar em casa porque é o nosso direito", afirmou.

A seleção da Palestina chega ao encontro com uma vitória, por 0-6 sobre a Malásia, um empate a zero com a Malásia e uma derrota por 3-2 com a Arábia Saudita.

Timor-Leste registou um empate, a um golo com a Malásia, e duas derrotas por 0-1 com os EAU e por 7-0 com a Arábia Saudita.

A seleção timorense volta a jogar em casa, a 13 de outubro, recebendo a seleção da Malásia.