O número de autorizações concedidas para trabalhadores temporários portugueses cresceu no Brasil em 2013 e 2014, alavancado por vagas criadas pelo Mundial de futebol, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro.

As autorizações de trabalho para portugueses no país subiram de 1.547, em 2011, para 2.913, no ano passado. Só no primeiro trimestre deste ano foram 443 pedidos deferidos, entre temporários e permanentes, adianta o ministério.

Considerando apenas os contratos temporários de dois anos, os portugueses foram os trabalhadores com mais autorizações para atuar no Brasil em 2013 (1.046). Dois anos antes, haviam sido registados apenas 468 deferimentos.

Entre janeiro e março deste ano, 232 trabalhadores portugueses temporários, com contrato de dois anos, foram autorizados a ficar no Brasil, número superior aos 197 regitados no mesmo período de 2013.

O coordenador geral de imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, Aldo Cândido, afirmou que, embora as solicitações de estrangeiros no geral não tenham aumentado devido aos preparativos do Mundial2014, as aprovações de pedidos de portugueses deram um salto, principalmente entre os engenheiros.

"No Brasil, a procura por trabalhadores estrangeiros é económica, os pedidos são feito pelos empregadores. Com a crise na Europa, eles estão a aproveitar-se da experiência dos trabalhadores qualificados de Portugal, principalmente na área da construção civil", afirmou Aldo Cândido à Lusa.

O coordenador de imigração afirmou ainda que a procura por trabalhadores qualificados para as obras de infraestrutura vinculadas ao Mundial e a presença de empresas portuguesas do ramo no Brasil influenciaram no aumento das autorizações ao trabalho temporário de portugueses.

Aldo Cândido participou hoje da conferéncia "Concessão de Vistos em Tempos de Copa do Mundo: Novos Parâmetros e Perspetivas", organizada pela Câmara Portuguesa em São Paulo, e realçou que, para ter a autorização concedida para atuar no Brasil, o trabalhador português deve provar uma experiência de pelo menos dois anos no ramo escolhido ou um mestrado na área.

A proximidade do Mundial2014, por outro lado, pode causar dificuldades aos portugueses que vivem no Brasil e cujo trabalho não está vinculado com o evento.

Entre os novos problemas estão o aumento dos preços dos hotéis, apartamentos e passagens aéreas, a superlotação dos aeroportos e as dificuldades de transporte nas cidades, segundo Lais Drabavicius, sócia diretora da empresa Relocation House, que presta assessoria para expatriados.

A mesma responsábel afirmou que o preço de apartamentos e hoteis subiu entre 50% e 100% e que a busca por apartamentos nas cidades-sedes do Mundial2014 está mais difícil, já que alguns proprietários optaram por alugar a turistas, por um preço mais alto.

"Os congestionamentos, causados pelo excesso de veículos e pelas manifestações, também afetam atividades como os 'city tours' e a procura de moradia", realçou. 

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