O Uruguai venceu a Inglaterra por 2-1 em jogo da 2.ª jornada do Grupo D do Mundial2014. Luís Suárez voltou para "ensombrar" os seus colegas do Liverpool, ao apontar os dois golos da Celeste. Rooney fez o tento da seleção de Sua Majestade.

Num dos jogos mais aguardados da segunda jornada da fase de grupos, entre dois campeões mundiais, Uruguai e Inglaterra entraram em campo sabendo que uma derrota deixaria o derrotado quase fora da fase seguinte.

Óscar Tábarez, selecionador uruguaio, mexeu muito na equipa, entrando num 4-4-2 losango, com Cáceres a passar da esquerda para a direita da defesa para o lugar do castigado Maxi Pereira, entrando o ex-FC Porto Álvaro Pereira para onze. No meio-campo, Lodeiro era o homem que atuava nas costas de Cavani e do regressado Suárez. Gargano saiu da equipa. Do lado inglês, Roy Hodson não fez qualquer alteração em relação a equipa que perdeu com a Itália por 2-1.

Num jogo que era de tudo ou nada para as duas formações, Inglaterra e Uruguai deram um grande espetáculo de futebol, com lances de perigo junto das duas balizas. Rooney ameçou num livre direto que Muslera só viu com os olhos aos dez minutos, "Cebola" Rodriguez deixou Hart pregado ao relvado, num remate de primeira que passou rente a barra aos 15. A nova ameaça da Celeste apareceu aos 27 minutos num "tiro" de Cavani por cima, após canto estudado. Estavam lançados os dados do que seria um grande espetáculo de futebol, com emoção até ao fim.

A grande oportunidade de golo pertenceu a Inglaterra aos 31 minutos. Após marcação de um livre por Gerrard, Rooney apareceu ao segundo poste a desviar para a barra, já com Muslera batido.

Não marcou a Inglaterra, marcou o Uruguai. Num belo lance de contra-ataque, Lodeiro lançou Cavani que contemporizou, esperou, e passou no momento certo para a cabeça do regressado Luís Suárez fazer o seu 40.º na seleção.

Antes do intervalo, Muslera teve de aplicar-se para travar um remate de Sturridge aos 40 minutos.

Os adeptos presentes no Arena São Paulo só queriam mais do mesmo no segundo tempo e foi o que aconteceu. Cada bola era disputada até a última, numa grande entrega de todos os jogadores como se de uma final se tratasse.

Aos 52 Cavani, isolado por Lodeiro, rematou ao lado. Aos 53 Rooney rematou para golo mas Muslera mostrou atenção e reflexos e negou o empate.

Depois o estádio "parou" quando Álvaro Pereira perdeu os sentidos. O defesa esquerdo levou uma joelhada (involuntária) de Sterling, tentou levantar-se mas perdeu os sentidos e caiu inanimado. O pânico instalou-se no rosto dos jogadores mas a "fibra" de Palito veio ao de cima. O jogador acordou, o médico pediu a sua substituição mas o jogador não quis sair. Uma situação insólita, com o defesa esquerdo a mostrar enorme vontade de continuar em campo.

Reentrou para falhar no lance do empate. Glen Johnson entrou pela esquerda, aproveitou um mau timing de entrada de Álvaro Pereira para colocar no coração da área onde aparece Rooney a encostar para golo, o 40.º com a camisola da seleção de Sua Majestade. Foi o primeiro golo em dez jogos em fases finais de Mundiais para o jogador do Manchester United.

Mas Suárez tinha outros planos, num guião de filme dramático com muito dejà-vú pelo meio. Um pontapé de Muslera foi desviado por Gerrard para a própria área. Apareceu Suárez que nem uma seta a recolher a oferta do seu colega no Liverpool e a fuzilar Hart, num "tiro" de raiva, aos 85 minutos. Gerrard, que já tinha escorregado e oferecido um golo ao Chelsea em Anfield Road, num jogo em que o Liverpool perdeu o campeonato, voltou a ver o azar bater-lhe a porta.

Até ao final, os ingleses tentaram de todas as formas o empate, com o Uruguai a defender com tudo (já com Fucile e Coates na defesa para ajudar).

A derrota não afasta a Inglaterra em definitivo mas deixa os homens de Roy Hodson praticamente fora dos oitavos-de-final. Os ingleses terão de esperar por vitórias da Itália nos jogos com uruguaios e costa-riquenhos e vencer a Costa Rica na derradeira jornada por muitos golos.