Quatro horas antes de entrar em campo com a camisola da Nigéria, o capitão da equipa recebeu uma chamada a informar que o pai tinha sido feito refém. Mikel estava no autocarro da seleção a caminho do estádio quando recebeu a chamada, mas não contou a ninguém.

"Disseram-me que davam um tiro ao meu pai se eu avisasse as autoridades ou contasse a alguém. Não queria discutir isso com o treinador [Gernot Rohr] porque não queria que o meu problema se tornasse uma distração para ele ou para o resto da equipa no dia de um jogo tão importante. Por mais que quisesse discutir isso com o treinador, não podia", contou o jogador nigeriano ao 'The Guardian'.

Pa Michael Obi, o pai do jogador, foi raptado a caminho de um funeral no sudeste da Nigéria. Os raptadores pediram um resgate de 10 milhões de Nairas (24 mil euros) para libertar Obi. As autoridades nigerianas conseguiram resgatar o pai de Mikel, mas o jogador revelou que o progenitor foi torturado durante uma semana e que ainda está no hospital.

O capitão da Nigéria entrou em campo com a Argentina e jogou os 90 minutos da partida que resultou na eliminação da equipa africana do Mundial. Quando questionado sobre a razão de ter entrado em jogo, Mikel não hesitou. "Estava emocionalmente perturbado e tive que tomar a decisão sobre se estava mentalmente pronto para jogar. Estava confuso, não sabia o que fazer, mas sabia que não poderia deixar 180 milhões de nigerianos desapontados. Tive que calar o pensamento e representar o meu país", admitiu o jogador.