O vice-primeiro ministro da Rússia, Vitali Mutko, anunciou hoje que suspendeu as suas funções de presidente da Federação Russa de Futebol, para se concentrar na defesa da sua suspensão para a vida pelo Comité Olímpico Internacional (COI).

Responsável pela pasta do desporto na Rússia, Mutko foi irradiado pelo COI, por ter sido considerado o principal responsável por um alegado esquema de dopagem no país, apoiado pelo governo.

“Eu pedi a suspensão das minhas funções por um período de seis meses”, disse hoje Mutko, em conferência de imprensa, na qual garantiu que se irá manter como vice-primeiro ministro e vai continuar a supervisionar a preparação do Mundial2018, que se vai disputar em junho e julho na Rússia.

Mutko disse que tomou esta decisão para poder concentrar-se no recurso que vai apresentar ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), contra a sua suspensão para a vida.

A 05 de dezembro, a Rússia foi afastada dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang2018 pelo Comité Olímpico Internacional (COI), no mesmo dia em que o governante russo foi irradiado, devido à dopagem institucionalizada no país.

O escândalo do alegado esquema de dopagem sistemática patrocinado pelo governo russo foi revelado em dezembro de 2014, num documentário da estação televisiva alemã ARD, levando à abertura de procedimentos disciplinares por parte do Comité Olímpico Internacional e da Agência Mundial Antidopagem (AMA).

Em agosto de 2015, antes dos Mundiais de atletismo de Pequim, o canal alemão denunciou novos casos de doping, visando atletas russos e quenianos, entre os quais medalhados e campeões olímpicos.

A AMA divulgou em novembro de 2015 as primeiras conclusões do relatório feito pela sua comissão independente, propondo a exclusão do atletismo russo dos Jogos Olímpicos Rio2016, o que viria a acontecer, enquanto a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) suspendeu a federação russa, que aceitou a pena.

Em julho de 2016, ocorreu novo abalo, com a divulgação da primeira parte do relatório independente da AMA, da autoria do professor canadiano Richard McLaren, que denunciou um sistema de doping estatal, envolvendo 30 modalidades, entre 2011 e 2015.

A segunda parte do designado relatório McLaren, publicado em dezembro de 2016, concluiu pela existência de “manipulação sistemática e centralizada de controlos antidoping”.

A IAAF prolongou o castigo da federação russa até aos Mundiais de Londres, disputados em agosto, já depois de a agência russa antidopagem (Rusada) ter sido novamente autorizada a realizar controlos, em junho último, após um ano e meio de suspensão.

Em agosto, o novo presidente da federação russa de atletismo, Dmitry Shlyakhtin, apresentou um pedido de desculpas públicas no congresso da IAAF pelo envolvimento do seu país no esquema de dopagem, que já levou à suspensão de dezenas de atletas.

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