O mundo coloca os olhos na Rússia, mas a Rússia ainda não colocou os olhos no seu Campeonato do Mundo, que promete um equilíbrio entre os favoritos Brasil, Alemanha, Espanha, França e Argentina.

Os velhos conhecidos parecem ter o caminho aberto para a qualificação para os oitavos de final. Além disso, o torneio também marca o início da transição do reinado das grandes estrelas da última década, o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo.

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Alemanha, Brasil... como sempre:

Com uma mistura de gerações, a Alemanha procura o bicampeonato para tentar igualar o pentacampeão Brasil, vítima do histórico 7-1 nas meias-finais em 2014.

Mas, a equipa canarinha superou o trauma imposto pelos alemães sob o comando de Tite, que trouxe de volta a força do talento brasileiro sob a batuta de Neymar. A seleção apresenta solidez defensiva e chega à Rússia como uma das grandes favoritas ao título.

Tanto Brasil, que enfrenta Suíça, Costa Rica e Sérvia no Grupo E, como a Alemanha, que defronta México, Suécia e Coreia do Sul no Grupo F, parecem ter caminho aberto para aquecer os motores antes da fase a eliminar.

A França, outra grande equipa que sonha com o título, aposta num esquema ofensivo liderado por Antoine Griezmann, Ousmane Dembélé e Kylian Mbappé, enquanto a Espanha recuperou a força do famoso ‘tika-taka’.

A Argentina procura recuperar dos três vice-campeonatos nas últimas competições (Mundial 2014 e Copa América de 2015 e 2016), podendo ser a última oportunidade da geração de Messi levantar um troféu do mundial.

Fim de uma era?

O Campeonato do Mundo também pode marcar a transição entre uma geração que será difícil de igualar, liderada por Messi e Cristiano Ronaldo, para outra que procura o seu espaço e conta com Neymar, Antoine Griezmann e Mohamed Salah.

Outros ainda mais jovens, como Ousmane Dembélé, Kylian Mbappé, Harry Kane, Paulo Dybala e Gabriel Jesus também procuram protagonismo.

O português chega à Rússia mais leve após a conquista do Euro2016, enquanto o craque argentino só venceu o ouro olímpico e um Mundial Sub-20 com a Argentina.

Messi, que completa 31 anos em pleno Mundial, e CR7, com 33, vão queimar na Rússia os últimos cartuchos para conseguirem com suas seleções as glórias que tiveram pelos seus clubes.

Brasil e Argentina lideram os latino-americanos

Brasil e Argentina são os pesos pesados da América Latina, mas o bicampeão Uruguai não pode ser esquecido com a dupla de ataque letal formada por Luis Suárez e Edinson Cavani.

A Colômbia, guiada por James Rodríguez, Radamel Falcao e Juan Guillermo Cuadrado, quer pelo menos igualar seu melhor desempenho no Mundial do Brasil, quando chegaram até aos quartos de final.

O México, por outro lado, quer superar os oitavos de final, já que nos últimos seis Mundiais a equipa caiu nesta fase da competição. Ainda assim, precisa de resolver questões de disciplina devido a um escândalo sexual que envolveu parte dos eleitos de Juan Carlos Osorio.

A seleção peruana está em êxtase por ter garantido 36 anos depois o regresso a um Campeonato do Mundo. Além disso, conseguiu contar com a presença do artilheiro Paolo Guerrero, supenso por doping, e enfrenta com confiança o grupo C ao lado de França, Austrália e Dinamarca.

A seleção da Costa Rica conta com o guarda-redes Keylor Navas, enquanto o Panamá se estreia em Campeonatos do Mundo.

Pouco clima de Mundial

A poucos dias da cerimónia de abertura, Moscovo e as restantes cidades-sede do Mundial vivem as suas vidas como se o maior evento do futebol mundial fosse disputado noutro lugar do planeta.

Com exceção de alguns cartazes gigantes da organização, bandeiras que abanam sem muita vontade e voluntários apressados que se movimentam no metropolitano da capital russa, quase nada entre os moscovitas revela o fervor habitual de outros países anfitriões.

Dentro de campo, a seleção da Rússia gera muita desconfiança e com o perigoso prognóstico de ser eliminada na primeira fase. O jogo de inauguração entre a anfitriã e a Arábia Saudita é um dos menos atrativos do Mundial. A Rússia prepara uma festa para os outros.