A Índia esteve perto de competir no Mundial1950 de futebol, no Brasil, mas, apesar de ter garantido a qualificação, acabou por falhar a prova, oficialmente devido a problemas financeiros, justificação que poderá não ser totalmente verdade.

Alguns historiadores e investigadores apontam que, na altura, os futebolistas indianos atuavam descalços e, como a FIFA obrigava o uso de chuteiras, essa acabou por ser a verdadeira razão que levou a seleção indiana a renunciar à participação na competição.

O apuramento da Índia aconteceu como ‘acidente’, já que todas as seleções asiáticas desistiram da fase de qualificação, deixando os indianos como únicos ‘sobreviventes’.

Inicialmente, a federação local aceitou participar, tendo mesmo marcado presença no sorteio, em que a Índia ficou no Grupo 3, com Suécia, Itália e Paraguai, mas, um mês antes do torneio, resolveu inverter a decisão.

Na altura, o organismo explicou não tinha dinheiro para as viagens (embora grande parte dessa despesa fosse da responsabilidade da FIFA), que os jogadores não iriam ter tempo de preparação e que o país dava mais importância aos Jogos Olímpicos.

Alguns historiadores indicam que os jogadores indianos só estariam disponíveis para competir no Brasil caso pudessem jogar descalços, como tinha acontecido dois anos antes no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Londres, e, como a FIFA manteve essa proibição, acabaram por recusar o Mundial.

O Mundial de 1950 só contou com 13 seleções, já que França também recusou viajar para solo brasileiro, apesar de ter assegurado o apuramento.

O quarto Campeonato do Mundo da história ficou igualmente marcado pela participação da bicampeã Itália, que também esteve muito perto de não marcar presença no Brasil, mas devido ao trágico acidente aéreo, em 1949, que resultou na morte de todos os jogadores do Torino, que na altura preenchiam grande parte da ‘squadra azzurra’.

Conhecida como ‘Grande Torino’, pelo domínio que tinha no futebol italiano, a formação transalpina saiu de Lisboa em 04 de maio, onde tinha defrontado o Benfica num encontro particular, e o avião em que seguia acabou por se despenhar em Turim, junto à Basilica de Superga, que acabou por dar nome ao desastre. Ninguém sobreviveu.

Um ano depois, ainda marcada pelo acidente, a Itália, com uma seleção de figuras secundárias, viajou até ao Brasil de barco, numa travessia que durou duas semanas, e acabou por ficar pela fase de grupos.