Durante a conferência de imprensa de antevisão do dérbi entre Benfica e Sporting, Jorge Jesus teceu muitos elogios a Gonçalo Guedes, jovem de 17 anos formado pelos "encarnados", que tem treinado juntamente com o plantel principal.

Questionado se este não poderia ser um caso idêntico ao de Bernardo Silva, que seguiu o mesmo percurso e foi emprestado ao Mónaco, o treinador tratou de estabelecer diferenças.

“[O Gonçalo Guedes está] dois anos à frente na idade. O jogo tem 90 minutos. Sabem quanto tempo um jogador interfere no jogo? Tem a bola cerca de três minutos e meio. Quer isto dizer que em 87 minutos, aproximadamente, não tem bola. Valorizar um jogador não é só olhar para o que ele faz com a bola. Por isso é que sou treinador e vocês jornalistas. Precisam entender o conhecimento tático e físico do jogo. Não podemos olhar para um menino só pela qualidade técnica. Precisa de etapas, de se desenvolver. Uns querem queimar etapas, outros não. O Bernardo preferiu sair para jogar, a estar no Benfica à espera do momento dele. Não podemos levar a mal, temos de aceitar”, explicou.

O técnico das "águias" esclareceu porque é que atualmente os jovens saem cada vez mais cedo dos clubes, lembrando o caso de Rui Costa como forma de comparação.

“Os jogadores são formados e desenvolvidos em função daquilo que têm produzido, rentabilizado e demonstrado relativamente ao valor de cada um. Há jogadores que têm as suas etapas, outros que queimam etapas. No meu tempo, no tempo do Rui Costa como júnior, ficávamos dois anos à espera de crescer. Hoje o mercado está diferente, há empresários, valoriza-se o produto que por vezes não é assim tão bom”, insistiu depois.