João Loureiro foi hoje reeleito presidente do Boavista, tendo pela frente novo mandato de três anos, e anunciou que o clube vai pedir à Câmara do Porto "uma compensação" pelas alegadas injustiças de que diz ter sido vítima.

O dirigente liderou, tal como há três anos, a lista única que hoje foi a votos nas eleições para os corpos sociais do clube, tendo sido reconduzido com 860 votos favoráveis, sete contra e dois nulos.

A votação terminou às 18:30 e João Loureiro tomou posse pouco depois, no auditório do Estádio do Bessa e na presença de alguns associados, e advertiu que os "próximos tempos vão continuar a ser difíceis", apesar de, segundo disse, o grupo Boavista ter hoje uma situação financeira melhor do que em 2012.

De lá para cá, afirmou, o clube reduziu o seu passivo de 65 milhões de euros para um valor "um pouco cima dos 30 milhões" e a SAD também conseguiu baixar o seu de 32 milhões para 20 milhões.

"A situação continua a ser difícil, mas estamos muito mais próximos do equilíbrio" financeiro, concluiu.

João Loureiro referiu que o Boavista possui hoje um património que, no seu conjunto (estádio, terrenos circundantes, bingo e ações da SAD), vale entre "70 e 80 milhões de euros".

"O nosso património é superior ao passivo global (clube mais SAD) em cerca de 20 a 30 milhões de euros", sustentou.

Sublinhou que, apesar das melhorias registadas, "a tesouraria continua ainda difícil", mas, por outro lado, há motivos para se pensar num "bom futuro" e realçou também que, "um dia, o Boavista vai chegar ao lugar que merece, que é imediatamente a seguir aos grandes" do futebol e do desporto português.

"Não sei quando é que isso acontecerá. Gostava muito que fosse ao longo deste mandato", completou.

João Loureiro disse que um dos objetivos da sua direção para o próximo triénio é "consolidar" a posição 'axadrezada' na I Liga portuguesa de futebol.

"Não vai ser fácil, mas vamos conseguir", acrescentou a esse respeito, assinalando que, em simultâneo, o Boavista pretende honrar os compromisso assumidos perante os seus credores e empreender também a "renovação" dos seus quadros, incorporando "gente para ajudar, mais jovem e mais preparada".

Outro objetivo central é um "crescimento sustentado", o que passa por conseguir uma "compensação" da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pelos danos sofridos com a despromoção desportiva do clube e outra da Câmara Municipal do Porto.

No primeiro caso, João Loureiro disse que o Boavista espera chegar a "um entendimento" com a FPF e para tal tenciona "intensificar contactos" para o alcançar.

A segunda compensação que o clube pretende é uma novidade, resulta de uma decisão tomada no Conselho Geral realizada segunda-feira e, segundo disse João Loureiro, consiste em requerer desde já "uma audiência com a Câmara do Porto".

Neste caso, o Boavista pretende ser compensado pela autarquia portuense pela construção do seu estádio tal como, alega, foram outras instituições.

"O Boavista não pode ser um filho menor da cidade do Porto e merece ser apoiado como todos demais e, num ótica construtiva, ver em conjunto com a Câmara como é que podemos ter alguma compensação elas injustiças que, no passado, foram cometidas contra nós", explicou.

Os 'axadrezados' sustentam, há muito, que os graves problemas financeiros do clube e da sua SAD, e que puseram em risco até a sua sobrevivência, deveram-se, em grande medida, à construção do Estádio do Bessa.