Os futuros prémios do Sporting nas competições europeias estão em risco serem penhorados pela UEFA para pagar a dívida dos 'leões' à Doyen Sports, avança esta quarta-feira o diário O Jogo.

Segundo escreve o referido jornal desportivo, a UEFA aceitou o pedido da Doyen Sports de penhora de créditos futuros referentes aos prémios de participação do Sporting nas competições europeias até ao integral pagamento dos valores em dívida, cerca de 14 milhões de euros, acrescidos de juros, no âmbito do caso Marcos Rojo.

O fundo de investimento liderado por Nélio Lucas fez o pedido de penhora de crédito junto da UEFA sustentando-o com o acórdão do Tribunal Arbitral do Desporto, que condenou o emblema de Alvalade a pagar 12 milhões de euros mais os correspondentes juros, para além de 75% da mais valia da venda de Marcos Rojo para o Manchester United, se a transferência acontecer acima de 23 milhões de euros, e de 1,8 milhões de euros referentes ao salário de Nani.

A decisão da Doyen Sports surgiu, escreve o JOGO, na sequência do recurso apresentado pelo Sporting no Tribunal Federal da Suíça (TFS). A direção liderada por Bruno de Carvalho está a par do pedido da Doyen junto do organismo que tutela o futebol europeu, mas ainda não há notificação oficial sobre a decisão.

O Sporting aguarda pela decisão oficial da UEFA, tendo conhecimento que a nível europeu há já várias entidades e agentes ligados ao futebol que estão a utilizar este mecanismo para serem ressarcidos de valores em dívida pelos clubes de futebol inscritos nas federações filiadas.

No entanto, os 'leões' apresentaram recurso no TFS da decisão do TAS e, fundamentalmente, pediram o efeito suspensivo do pagamento com a argumentação de estar em causa a falência da sociedade para que o processo fosse analisado.

Na argumentação leonina, os dirigentes sustentam através do corpo jurídico que o pagamento do montante em dívida à Doyen poderá afectar o desempenho futuro da sociedade no que concerne aos compromissos assumidos com fornecedores, jogadores e normas relacionadas com o fair-play financeiro.

Desta forma, a SAD do Sporting procura ganhar algum tempo processual para não ter de executar o pagamento à Doyen antes de o Tribunal Federal da Suíça pronunciar em definitivo sobre o recurso apresentado. Segundo o referido jornal, a estratégia da direção liderada por Bruno de Carvalho passa sobretudo por ganhar tempo até à abertura do mercado de transferências, onde as soluções para o aumento de liquidez são maiores.

De acordo com uma fonte contactada pelo diário desportivo, em setembro poderá haver uma decisão do Tribunal Federal da Suíça sobre o recurso do Sporting, mas a antecipação da Doyen Sports junto da UEFA irá garantir a cobrança e evitar os obstáculos processuais levantados.