O Benfica, no melhor momento da época, recebe esta sexta-feira o FC Porto, a atravessar o pior, num encontro da 22ª jornada da Liga que pode arredar em definitivo os ‘dragões’ da luta pelo título.

Na liderança da prova, em igualdade com o Sporting, depois de ter sido ‘afastado’ por muitos da corrida ao ‘tri’, na sequência de um mau começo, o conjunto de Rui Vitória chega seis pontos à frente dos portistas e com a moral em alta, após um ciclo de oito triunfos consecutivos na prova.

Em contraste, o FC Porto, que já teve mais cinco pontos do que o rival da Luz, está em crise profunda, em termos exibicionais e de resultados, como mostram os 11 pontos perdidos nas últimas sete rondas - depois de se ter isolado na liderança à 14.ª jornada -, com três treinadores.

O ‘cliché’, num clássico, aponta quase sempre para a ausência de um favorito, mas, desta vez, e mesmo sem estar na máxima força, o Benfica parece, claramente, em melhores condições para chegar ao triunfo.

Se conseguir transformar o favoritismo em triunfo, depois de uma primeira volta em que perdeu os dois jogos com os outros ‘grandes’ (0-1 no Dragão e 0-3 na receção ao Sporting), o conjunto ‘encarnado’ reforça a candidatura a um ‘tri’ que lhe foge há quase 40 anos – 1974/75 a 76/77.

Nesse cenário, a luta passaria a ser – se já não é – a dois, com o Sporting, de Jorge Jesus, que só perdeu sete pontos na primeira volta, mas na segunda já cedeu quatro, em apenas quatro rondas, três delas cumpridas em Alvalade.

O FC Porto tem na Luz a última ocasião para mostrar que está ‘vivo’ na corrida para evitar uma terceira época em ‘branco’, o que não acontece desde o início do século (1999/2000 a 2001/02), mas precisa, para isso, de vencer.

Os antecedentes do confronto de sexta-feira apontam, porém, para um triunfo do Benfica, que venceu os últimos oito jogos e 13 dos derradeiros 14, com um ‘nulo’ no reduto do União da Madeira pelo meio, em jogo relativo à sétima ronda.

Os ‘encarnados’, que chegaram a estar a oito pontos do Sporting – com um jogo a menos, o tal que empataram -, moralizaram também por terem igualado na frente os ‘leões’, algo que não sucedia desde a primeira ronda.

A equipa de Rui Vitória tem impressionado, sobretudo, pela forma clara como ganha: nos últimos sete jogos, marcou 25 golos (à média de 3,6 por jogo) e já totaliza 59, o melhor registo de qualquer equipa na prova à 21.ª ronda desde 1983/84.

Então, há 32 anos, o FC Porto, de Artur Jorge, também ostentava 59 tentos, sendo que, para encontrar um total superior é preciso recuar a 1975/76, ao Benfica, de Mário Wilson, que somava 61.

O brasileiro Jonas, que já soma 23 golos - mais nove assistências - e é segundo na tabela da Bota de Ouro, à frente, por exemplo, de Cristiano Ronaldo, tem sido o expoente máximo da eficácia dos ‘encarnados’, cada vez melhor acompanhado pelo grego Mitroglou, que já leva 11.

Atrás, e mesmo sem o ‘capitão’ Luisão e agora sem Lisandro e o ‘trinco’ Fejsa, o Benfica também tem estado muito bem, tendo já assumido o estatuto de defesa menos batida, a par dos outros ‘grandes’ e do Sporting de Braga.

O ‘miúdo’ Renato Sanches, de 18 anos, tem sido outra grande figura dos ‘encarnados’ e surge como expoente máximo da aposta na formação, que também já deu ao ‘onze’ Nelson Semedo e Gonçalo Guedes, agora suplentes, e Lindelof.

Se os ‘encarnados’ respiram saúde, mesmo desfalcados, os ‘dragões’, que não têm baixas, estão no polo oposto, depois de um desaire caseiro por 2-1 com o Arouca, o primeiro no campeonato com José Peseiro, o técnico escolhido para suceder a Julen Lopetegui, depois de uma transição com Rui Barros.

As exibições raramente agradaram sob o comando do espanhol e as coisas não mudaram com a sua saída, com a equipa a parecer um pouco à deriva: nos últimos sete jogos, perdeu 11 pontos e só tem um saldo positivo de quatro golos (11-7).

As assistências do mexicano Layún, que já vai em 12, não dão para tudo, muito menos os 10 golos do camaronês Aboubakar, num conjunto que está a pagar o preço de ter perdido todos os seus grandes jogadores - só no último defeso, saíram Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Óliver, Quaresma e Jackson Martínez.

A reabertura do mercado também não trouxe melhorias, com as saídas de Imbula, o ‘sr. 20ME’, e Tello e as entradas de José Sá, Marega e Suk, três jogadores que não vieram para o ‘onze’ e mais pareceram ‘ataques’ ao Sporting.

No mercado de verão, a ‘vítima’ tinha sido o Benfica, com o FC Porto a aproveitar o final de contrato para ‘roubar’ o uruguaio Maxi Pereira, que será uma ‘atração’ na sexta-feira: os assobios persegui-lo-ão, numa casa onde esteve oito anos.

A arbitragem estará a cargo do portuense Artur Soares Dias, que já ‘apitou’ o jogo no Dragão.

Equipas prováveis:

- Benfica: Júlio César; André Almeida, Jardel, Lindelof e Eliseu; Samaris, Renato Sanches, Pizzi e Gaitán; Jonas e Mitroglou.
Treinador: Rui Vitória.

- FC Porto: Casillas; Maxi Pereira, Martins Indi, Danilo e Layún; Rúben Neves, André André e Herrera; Corona, Brahimi e Aboubakar.

Treinador: José Peseiro.

Árbitro: Artur Soares Dias (Porto).

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