"O Renteria não chorou por chorar depois do golo que marcou, mas porque antes do jogo tive que lhe comunicar que não ia jogar de início, como estava previsto", lançou Domingos Paciência durante a conferência de imprensa de antevisão da recepção ao Marítimo, domingo, da 19ª jornada.

Segundo o técnico, a medida visou proteger o jogador colombiano "não fosse ele escorregar e fazer um pénalti, depois de toda a gente o ter visto junto de um elemento que toda a gente sabe quem é... [preparador físico do Benfica, Mário Monteiro]".

"Chorou por causa do que lhe fiz, mas teve que ser assim. Tive que tomar essa decisão, porque se acontecesse alguma coisa, o grupo podia pôr em causa uma situação que não foi correcta", explicou Domingos Paciência.

Recorde-se que Mário Monteiro deslocou-se ao hotel onde a equipa bracarense estagiava para entregar a Renteria uma mala que o avançado terá pedido ao preparador físico do Benfica que lhe comprasse, tendo depois mantido contactos com outros jogadores na recepção, o que causou "indignação" no seio dos responsáveis minhotos.

Esse foi mais um dos "muitos problemas para resolver" com que se tem deparado nos últimos tempos. Os castigos aplicados a Vandinho (três meses) e Mossoró (três jogos) são outros com que, confessou, não contava lidar "nesta altura do campeonato".

Por tudo isso, o treinador "arsenalista" não acha que assumir a candidatura ao título fortalecesse a equipa: "há muito que os 'opinion makers' vaticinam que o Braga vai cair, mas nós sabemos o que valemos e a questão é sabermos se temos as mesmas forças que os outros".

Segundo o treinador, são muitas as pessoas que lhe dizem querer ver "o Sporting de Braga campeão a bem do futebol português", mas o discurso continua cauteloso: "ainda podemos ser mais fortes e melhorar", disse, repetindo as palavras de Hugo Viana esta semana.

Sobre o jogo com o Marítimo, Domingos Paciência disse esperar dificuldades, em parte devido às ausências na equipa, em especial Vandinho, Mossoró e Moisés (todos castigados), sendo que Paulo César não está nas melhores condições físicas e é ainda uma dúvida.

"Nesta altura é preciso um espírito de sacrifício muito grande dos jogadores que tenham alguns problemas físicos e mesmo disciplinares, porque todos querem jogar. Amanhã [domingo], vamos dar oportunidade aos que jogam menos e esperemos que cumpram", anunciou.

Sobre o Marítimo considerou-a "uma equipa sempre difícil e que está mais forte: ganhou os dois últimos jogos, vi-a jogar em Matosinhos, está mais confiante, tem homens rápidos na frente e é uma equipa com qualidade suficiente para ganhar em qualquer estádio".

"Cabe-nos respeitá-los, mas jogamos em casa e queremos ganhar, avisou.

A direcção do clube minhoto decidiu que a entrada é gratuita para todos os que queiram ver o jogo e, por isso, espera-se uma grande assistência no estádio bracarense.